segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Tempos moderninhos



Cansa-me a idéia de teletransportar-me,
Já não há a paisagem intermediaria,
Em pensar que sempre odiamos o percurso,
Agora que não o há,
Todos sofrem por não saber a direção que se vai,
Estou aqui,
Estou lá,
Em instantes,
Sem esbarrar nos transeuntes,
Sem olhar as moças de saias assanhadas
Que balançam com o vento e o caminhar.
Futuro individualista que tem por objetivo nos segregar.

Velocidade alucinante,
Horas que são minutos
E o que sinto é apenas um código binário
Em uma tela qualquer.

Máquinas para me enganar,
Companhia programada para me agradar,
Sempre gentil,
Serviçal,
Não quero parafusos e circuitos,
Quero o elo natural,
A companhia do ser humano,
Eterno animal,
Por mais que diga que não,
Sempre estraga tudo com sua consciência pseudo-racional.


Diogo Ramalho


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