terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Eu te conheço!

Um amigo meu te conhece,
Disse que você é isso e aquilo,
Fulana te achou interessante,
Já Beltrana disse que você é estranho e inconstante.
Todos cheios de achismos

Dizendo conhecer,
Mas na hora de valsar de mãos dadas na borda do precipício,
O louco é apenas você!
Quem diz que me conhece,

Se engana,
É ilusão,
Pois o que trago no peito já não divido a um tempão.
Ninguém me acompanhou quando a noite se mostrou mais densa e escura,
E quando ferido vaguei por terras de gente sem almas,
E quando chorei apenas o frio envolvia meu corpo encolhido no canto da sala mal iluminada.
Não há quem conheça todas as dores de todos os corações
E que se incomode de forma hiper empática por seus irmãos de jornada.

Pois se a vida segue em aclive sempre haverá uma mão,
Não para ajudar, mas para te empurrar quando tiver preste a chegar ao topo da escada.
Quem diz que me conhece não conhece evolução,
Fisicamente o mesmo, mas a mente envolta e um turbilhão,
Pensamentos, desesperos, busca eterna por descobrir que se é,
Moldando com afinco o que deseja e o que pretendo ser.
Cansa-me a fraternidade superficial,

Tapinha nas costas e palavras que já nascem mortas!
E eles ainda dizem que te conhecem...

Diogo Ramalho