quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dionísio ouça-me


És o templo que devoto e mundo contemplo,
A imagem envolta em uma aura quase sacra de desejo.
Inibidas mãos que apenas acenam,
Lábios trêmulos que apenas sussurram,
Mente ebulindo pecado.
Mas dizem por aí que a mulher do outro não pode,
Proibição divina!
Que se foda regras e leis,
O próximo nunca foi tão mal quisto,
Em prece peço apenas a contenção de meu hedonismo feroz,
Que teima em jogar-me de cabeça a tentação.
És meus olhos rogando o estado de gozo
Eis aqui algo a conquistar,
Surgindo por entre fantasmas e fantasias do desconhecido.
E eu de pé no chão e olhos guiados pela malemolência
Do caminhar,
Rezo a Dionísio,
Em favor de um espírito libertino
O universo conspira.

Diogo Ramalho