quinta-feira, 27 de junho de 2013

Temos quem tinha ou O maldito cidadão Kane



Temos quem tinha,
Senhores dito autoridades temos em nosso poder
O que tinha poder de separar-nos,
Aquele que nos fazia perder domingos inteiros em frente a caixa de ilusão.

Temos o controlador de mentes
E as cidades mundo a fora jazem no caos,
Já que milhares cresceram com a babá moderna
Ocupando lugar de destaque na sala,
Só transmitindo diversão, entretenimento,
"Notícias boas e imparcial".

Saibam...
Temos quem tinha
E não queremos resgate,
Ele será executado e seu corpo exposto.

Morre aquele que se achava acima da lei,
Morre por nossas mãos
O maldito cidadão Kane.


Diogo Ramalho

Todo tempo



Sempre preocupado,
Se sentindo julgado.
Inseguro, Inseguro...
Mundo frio e obscuro.
Eu sou bom? Eu sou bom?
Preciso de aprovação,
Não há coragem,
Se me olham diferente não me sinto competente.
Inseguro, Inseguro...
O que os outros vão achar?
Não posso fracassar,
No mundo já existem milhões de perdedores,
E eu?
Sou bom?
Não me olhe, não me dê atenção,
Inseguro, Inseguro essa é minha maldição.


Diogo Ramalho

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Grande influência

Minha postagem de hoje é especial, coloco hoje o pequeno texto de um grande pensador, um pensador que  me influência bastante com suas idéias e ideais. Um autor antigo que tem em seus escritos uma visão mais atual do que nunca.




Sopra um vento de revolta em todos os lugares. A revolta é aqui a expressão de uma idéia, lá o resultado de uma necessidade; com mais freqüência ela é a conseqüência de uma mistura de necessidades e de idéias que se engendram e se reforçam umas às outras. Ela se desencadeia contra a causa dos males ou a ataca de modo indireto, ela é consciente e instintiva, humana ou brutal, generosa ou muito egoísta, mas de qualquer modo, é a cada dia maior e se amplia incessantemente.
É a marcha da história. É, portanto, inútil perder tempo a lamentar quanto aos caminhos que ela escolheu, pois estes são traçados por toda a evolução anterior.Mas a história é feita pelos homens. Tendo em vista que não queremos permanecer simples espectadores indiferentes à tragédia histórica, que queremos participar com todas as nossas forças das escolhas dos eventos que nos parecem mais favoráveis à nossa causa, é-nos preciso um critério que sirva de guia na apreciação dos fatos que se desenrolam, sobretudo para poder escolher o posto que devemos ocupar na batalha.

Errico Malatesta

Um pouco de teoria, 1892


terça-feira, 18 de junho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Penso eu, pensa você



Penso,
Mas interferem na minha forma de pensar,
Descobriram que se controlam o que penso
Controlam minha forma de atuar, socialmente.
Bombardeio de idéias para me atordoar,
Querem que abrace as várias formas de dominação,
Por vontade própria adorar o vilão.
Penso,
Mas não querem que meu pensar seja livre,
É perigoso,
Dá confusão.
Interferem no pensar para não haver revolução,
Povo oprimido,
Pensamento anestesiado
Fazendo com que as ações
Tende a ser algo apático.
O pensamento traz liberdade,
E os senhores do poder querem quem pensa atrás das grades.
Penso logo insisto
E do ato de pensar não desisto,
É essa a forma de libertação,
A arma que dispara na cara do vilão.


Diogo Ramalho

Do primeiro ao último



E mais um copo que se esvazia
Enquanto a tequila esquenta o estômago
E ludibria a mente.
A casa fria,
A brisa doce
E o sussurro da sua voz
Que me chega como um soco.
E outra dose que eu levo a boca,
Cabeça zonza e o seu cheiro continua impregnado em minha roupa,
Me deixa louco
E a fumaça que envolve o quarto me dá sono.
Eu ouço vozes,
Vejo seus vultos,
Apagando a luz do quarto eu me jogo em minha cama
E sinto falta.
A luz invade minha janela
E pela brecha da cortina ilumina o meu rosto
E a expressão de desespero posso ver pelo espelho no canto esquerdo.
Tanta dor e o sono que era muito agora é pouco,
Estou insone,
O álcool e o peito ferido me consome
E o sol nasce enquanto embriagado eu desmaio
Em minha cama.


Diogo Ramalho

terça-feira, 11 de junho de 2013

Todo o conjunto da obra



A voz...
No fundo da alma ecoa cada palavra que me dissestes,
O abraço...
Caloroso, contato de aura e energias que se atraem.
Permita-me ter seus braços envolta de meu corpo
E silenciosamente deixar fluir a troca de sensações.

Deixe-me abrir o coração cicatrizado
E te mostrar que toda nossa realidade pode ser mudada,
Vejo o queres dizer,
Mas não precisa abrir a boca para falar nada.

Olhos que se encontram,
Sorrisos sem jeito,
Às vezes sem controle e preocupação,
Fuga para que não nos peguem dando as mãos.

A boca cala...
Muitas vezes porque não dá para falar nada,
Apenas olhar,
Admirar, e não dá nem pra descrever,
Tudo que vejo quando estou com você.

Há coisas que os olhos não enxergam,
Mas estão ali. e percebo todas elas
E me torno cada vez mais cativo,
Objeto de seus sentimentos introspectivos.

Causa-me calafrios,
Bons presságios
E um pouco de medo.

Temo confessar-te o que vem aqui dentro.
A voz...
Ecoa cada palavra...
O abraço...
Caloroso me traz um cheiro doce,
Mas não permito-me embriagar por meus desejos,
Para não trair meus sentimentos
Para não desfazer o que já está feito.



Diogo Ramalho

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A face do futuro

Foto: Raquel Brandão

Sociedade decadente,
Insistindo em vencer pela invenção,
Tecnologia como forma de transformar,
Como forma de evolução.

Não me reconheço mais,
Sou minha face estampada nas redes sociais,
Nada além disso.

Recados? 
Inbox...
Convites?
Inbox...
Paquera?
Tudo fora da realidade
E sempre dentro da caixa!

Não há mais rostos,
Máscaras para disfarçar,
Make up para esconder o que somos de verdade.

Nos querem de frente da tela,
Humanos se excluindo do convívio,
Individualismo extremo é a nova diversão,
Um futuro criado com um console nas mãos.

O mundo gira enquanto se aprisiona,
Não se vêem mais sorriso por trás da máscara torta.

Reações via emotions. 


Diogo Ramalho




quarta-feira, 5 de junho de 2013

Não há mais Love ou Tudo que restou




Não há mais love,
Apenas lobby...
Não há mais Love,
Apenas lobby
E cifrão.
Sem isso só resta à mão.

Não há mais Love,
Apenas lobby...
O Love acabou
Já não se fala mais de amor.
Apenas lobby,
Apenas lobby
Como uma puta
Que ao ver o pagamento
Deixa cair o robby.

Apenas lobby,
Não há mais Love...
Apenas Lobby...
Apenas lobby...
Apenas lobby.



Diogo Ramalho

Levante e suas armas



Se não consegue fazer sozinho...
Não me espere...
Se não consegue lidar com a gente,
Se desespere
E comece a entender que não viemos para deixar ninguém contente.
Levante é a arma que apontamos pra sua mente,
Se tem medo...
Nem tente,
Não invente.
Ouça o que temos pra falar,
Não se assuste se tudo que fizermos for reclamar
Já existe muito idiota falando de carinho
Agora é hora de se ver o verdadeiro caminho,
Da humanidade
E caminhando de forma desumana,
Cantamos o que os outros não cantam
Que é a arte do desamor,
Mostrar que o ser humano não é vencedor,
Pelo contrario,
Estamos perdendo a luta contra o nosso ego malvado,
Que vê irmão como empregado
E se a sociedade vai mal,
A gente merece,
A gente merece...
Não pode haver paz em um mundo de estresse,
Enquanto todos se mostram satisfeitos
Com o aumento do consumo e o fim gradual de seus direitos,
Muito pão, enormes circos
E os espectadores são os protagonistas,
Palhaços!
Não é difícil saber o que move o mundo,
Tudo é intencional,
E assim se move o mundo com base em interesse pessoal.

Diogo Ramalho



segunda-feira, 3 de junho de 2013

E foi desse jeitinho



Foi assim,
Um dia estava aqui e no outro,
Fim!
Quase não percebi,
Quando disse foi que dei por mim.
Tiros ecoam
No quintal,
A razão assassinando o sentimental,
O mundo nunca mais será o mesmo,
Nunca mais será igual.
A sensação de mau agouro tende a parecer mais duradoura
Do que seu final.
Chega sem ruído
E leva o que era bom e nos parecia simples,
Normal.
O mal existe apenas para quem acredita nele,
Quem o propaga,
Quem tenta erradicar o amor por conta de questionamento e egoísmo boçal,
Foi assim e assim se foi
Como quem abandona o barco na hora da partida,
Apenas para observar do porto aqueles que se vão,
E fico vendo ao longe o lenço balançar
E um sorriso sarcástico que vai se perdendo
E sigo a sina,
Sofrendo de amor pela minha deusa Catarina.


Diogo Ramalho

Não se doma




E as dores que havia no peito ficam no canto,
Estou muito bem,
Ao observar em volta vejo que há muito mais pessoas desesperançadas,
Entendendo assim que mais do que nunca,
Parado não dá.
Apenas espero,
Enquanto desejas romper os laços,
Mas não consegue suportar a idéia de sangrar o coração
Vivendo assim a falsidade de um sorriso
E para os que te conhecem bem dizes que é esse seu jeito de amar,
Um jeito submisso,
Meio dona de casa
Que nunca demonstrou ter.
Já não penso em minha situação,
Pois estou bem,
Sem compromisso,
Enquanto outros querem apenas desapegar de seus tristonhos compromissos
Eu brinco distraído com as palavras
Enquanto lavas...
Eu vivo distraindo minha alma
Enquanto arrumas...
Eu vivo distraído esperando despertar-te de seu sonho doméstico,
Uma linda fera selvagem
Vagando de um lado para o outro em sua jaula,
Onde tentam tornar-te amável.
Eu,
Espero sua revolta
E quando cansada estiver de seu cativeiro voluntário
Estarei aqui, distraído e esperando.

Diogo Ramalho