quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Mensagem de natal


É natal,

Todos ficam envoltos em uma falsa bondade e uma esperança vã.

Presentes, presentes e mais presentes...

Só nisso que se pensa,

Crianças a espera de um velho escroto que distribui presentes pelo mundo.


Eu odeio o natal


E foda-se 2009

Asas de sétimo


Ovelhas negras não servem para o sacrifício,
Seres ditos humanos deveriam ser preparados
Conforme diz as escrituras para o holocausto.
Purificação do planeta sem homens manipulados.

Uma geografia pronta para ser modificada,
Grandes centros vazios esperando o tempo.
Derrubaria os ministérios como quem derruba
Dominó em uma mesa de um mogno carcomido.

Só me restou reparar os erros de um falso Deus
Esse mesmo Deus que me podou e derreteu minhas asas,
Reneguei tudo como quem rasga uma sonata de Amadeus.

Novos aliados me deram as mãos e pude novamente voar
O demônio me deu as asas que Deus me negou
E assim pude ter um mundo onde só há um verme a habitar.

Diogo Ramalho

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ninguém é um floquinho de neve


Insônia, a noite tem sido o inimigo número um,
O sono que outrora era tranqüilo, não passa de breves cochilos que são interrompidos por sobre-saltos.
Faz algum tempo que acreditei em sonhos bons,
Hoje me vejo atolado em um pesadelo simplista,
Tenho plena consciência de que precisamos superar tudo que é colocado em nosso caminho.
Amar é um mal, tudo que se ama um dia acaba morrendo ou te rejeitando.
Agora percebo o porquê da não existência da palavra saudade em outras línguas,
A saudade é uma tortura mental dependendo do que Se tem saudade pode haver uma imensa dor ou sofrimento.
À noite ninguém escuta os gritos abafados pelas quatro paredes do quarto, o som reverbera nas paredes e retornam de onde vieram passando assim a aumentar a angústia de viver em uma imensa clausura sentimental.
Ao cair da noite, escuto sons de tiros ao longe e nesse momento queria eu está sendo alvo de todos os disparos de armas de fogo que escuto durante a madrugada, chego a sair na rua e sentar na calçada, mas nada acontece.
A noite é longa e a insônia me mantém desperto,
Fazendo com que eu viaje em pensamentos distorcidos e impuros,
Imagine viver doze horas do seu dia olhando para as manchas no teto e imaginar que elas poderiam ser as respostas que se procura dentro da alma.
Noite, todos dormem tranquilos, alguns nem tão tranquilos e eu acordado incomodado apenas com a coisa mais insignificante no momento, meu coração, meus sonhos, meus planos que outrora eram meus melhores motivos para me manter de olhos fechados sonhando,
Acho que o problema foi ter ficado tempo demais de olhos fechados em quanto o mundo girava ao meu redor,
Escuto ao longe mais um tiro ecoar,
Penso em sair, eu queria ser cada cadáver que amanhece nas ruas empoeiradas de minha cidade.
Ao menos tento ser, mas a cada dia que passa perco as esperanças de que um dia seja meu nome a fazer parte da lista do obituário no dia seguinte.
O sono vem...vem...e de repente o sol começa a atravessar as fendas da janela do quarto, já não tenho mais sobre-saltos, outro maldito dia acabou de nascer, poderei enfim dormir em paz.


Diogo Ramalho

EXTRA, EXTRA!

Cidade sem esquina é solução para problema dos pedintes que abarrotam as esquinas das grandes cidades.
Brasília é uma cidade exemplo!

Diogo Ramalho

Brasilia sem esquinas

Brasília é realmente uma cidade que nasceu para ser diferente das outras, aqui, não temos mendigos pelas esquinas!

Diogo Ramalho

Poema de velhas putas

Há algum tempo atrás morreu a puta mais velha da vila,
Novas putas surgiram e se tornaram velhas e foram morrendo para dar lugar para novas putas,
Formando assim um ciclo que nunca terá fim.

As pessoas da vila podem morrer, levando consigo seus jovens iniciantes e seus velhos simpáticos,
A vila pode até ter um fim, mas sempre haverá em algum lugar do mundo a figura da velha puta, sempre a margem da sociedade e sempre sendo amante dos homens que a marginaliza.

E ao final desses homens que detêm o “poder”, putas novas e principalmente putas velhas poderão sentar-se nas calçadas e esperar o fim de toda velha puta e ao morrer, todas elas ascenderão para o outro lado, onde se encontram todas as putas mais velha de todas as vilas.

Diogo Ramalho

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Iluminação

Vamos lá!
Todos juntos...
Iluminar toda cidade,
As pessoas que trazem as trevas não descansam.
Vamos iluminar todo o mundo,
No começo as luzes incomodarão nossos olhos,
Mas depois enxergaremos bem melhor,
Acenderemos a luz dentro dos corações sombrios
E com isso dissiparemos toda a névoa que cobre os sentimentos.
Vamos mostrar que há um mundo de luz,
Mostraremos que juntos somos mais fortes.
Há gente que não quer que saiamos das trevas,
Escondem de todos a possibilidade de um mundo melhor.
Iluminaremos o mundo,
Acenderemos a luz dentro dos homens
E os homens que nos condenam serão condenados,
As vozes que eram silenciadas tornarão a serem ouvidas.
E o mundo nascerá para algo novo,
Para uma nova vida,
Para o nascer de um novo sol.

Diogo Ramalho




quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Somos nós os Deuses


Ontem...
O vento me trouxe uma mensagem e um alerta,
Mas não foi um vento qualquer,
Foi o vento que vem depois do sol se esconder e antes da chuva chegar
Aquela brisa quase fria,
Nessa brisa ouvi o segredo de outras eras,
Era a voz dos anjos que anunciavam quem era Deus.
Eles disseram-me que eu era Deus,
E não somente eu,
Minha mãe, meu pai, meu vizinho, meus primos,
Todos a minha volta eram Deuses,
Até os astronautas!
Somos deuses que não crêem em nos mesmos,
Passando uma vida inteira procurando algo que está aqui dentro de nosso ser.
Quantos não destamparam poços a procura do divino?
Sendo que cada um de nos seres humanos somos o Deus que tanto procuramos.
Somos injustos, cheios de defeitos e mudamos e criamos tudo a nosso redor...
Maldito homem que não enxerga o tamanho de seu poder
E a importância de seus atos.
O vento veio...
Me trouxe a noticia
E um mundo novo se abriu diante dos meus olhos,
Corri para rua,
Gritando as boas novas,
Um horda de debeís cristãos me cercaram e puseram a me mal dizer,
Esses malditos não estão preparados para a verdade,
Com paus e pedras ele feriram minha carne,
Em nome do falso Deus deles eles quebraram meus ossos,
Em nome de uma mentira secular eles derramaram meu sangue,
E eu morto já não podia dizer a verdade.

Diogo Ramalho



sexta-feira, 16 de maio de 2008

Carta de despedida

Nada melhor que fechar os olhos e apenas ir...
Não necessariamente sabendo o destino mais o importante é se deixar levar,
Eu estou indo, por isso deixo aqui minha despedida.
Despeço-me do dia, da noite e da lua grande e branca pendurada no meio do céu.
Despeço-me também de todos os estranhos que cruzaram comigo na rua e por mera curiosidade olharam com estranheza para o meu cabelo black.
Vou-me indo pois a estrada é longa e a volta dolorosa e não sei se terei forças para voltar.
Despeço-me de todos que me conheceram superficialmente e não tiveram chance de me conhecer verdadeiramente como ser humano que tentei ser.
Despeço-me de todos os meus amigos, pela ajuda nas horas certas,
Agora não precisarei mais de ajudas, meus pés caminharão sozinhos.
Há coisas que nunca deve acontecer na vida das pessoas, uma delas é se apaixonar.
Do alto de diversos viadutos de Brasília vejo a beleza que existe entre o chão e parapeito, algo invisível e convidativo que nos faz fechar os olhos e deixar o corpo ser abraçado pelo nada, pelo vazio.
Despeço-me do amor que tive e peço que não machuque mais ninguém,
Há um ditado que diz muito nesse momento,
Não faça com os outros, o que não quer que façam contigo.
Há coisas que nunca devem acontecer na vida das pessoas,
Uma dessas coisas é se apaixonar perdidamente,
Paixão é prisão e sair dessa prisão é algo difícil.
Despeço-me de tudo que vi e do que não vi,
Queria poder ter vivido mais e ter sido o homem perfeito para a pessoa que mais amei e
Que como aqueles copinhos ridículos de cafezinho me jogaram fora.
Já não há mais nada que eu possa fazer agora,
Abraço o vazio, meu corpo sem asas apenas sente o vento que balança meu cabelo,
Em segundos não há mais dor, mais vento, não há mais amor.
Já não há mais nada, apenas o sorriso alegre de quem deixei no caminho.

Diogo Ramalho

sábado, 29 de março de 2008

A luz do farol




Lá no meio do mar,
Na divisa do infinito com o começo da Terra vejo o farol que fizestes para guiar meus caminhos.
Por onde eu navegar, saberei que terei algo que me conduza de volta para casa,
Ou melhor me conduz para teus braços,
Não quero ser dono dos mares,
Nem um velho lobo do mar.
Meu espírito atormentado necessita de seu farol,
De seu espírito puro.
Não! O mar não tem água suficiente para dissolver toda a minha amargura,
Sou um marujo que não sabe de que morreu,
Não sabe se morreu de sede ou afogado no seu pequeno mar de amor.
Eu, um marujo que se perdeu do farol que sua amada ergueu para guia-lo,
Agora ele não guia mais nada...nada!


Diogo Ramalho