terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ninguém é um floquinho de neve


Insônia, a noite tem sido o inimigo número um,
O sono que outrora era tranqüilo, não passa de breves cochilos que são interrompidos por sobre-saltos.
Faz algum tempo que acreditei em sonhos bons,
Hoje me vejo atolado em um pesadelo simplista,
Tenho plena consciência de que precisamos superar tudo que é colocado em nosso caminho.
Amar é um mal, tudo que se ama um dia acaba morrendo ou te rejeitando.
Agora percebo o porquê da não existência da palavra saudade em outras línguas,
A saudade é uma tortura mental dependendo do que Se tem saudade pode haver uma imensa dor ou sofrimento.
À noite ninguém escuta os gritos abafados pelas quatro paredes do quarto, o som reverbera nas paredes e retornam de onde vieram passando assim a aumentar a angústia de viver em uma imensa clausura sentimental.
Ao cair da noite, escuto sons de tiros ao longe e nesse momento queria eu está sendo alvo de todos os disparos de armas de fogo que escuto durante a madrugada, chego a sair na rua e sentar na calçada, mas nada acontece.
A noite é longa e a insônia me mantém desperto,
Fazendo com que eu viaje em pensamentos distorcidos e impuros,
Imagine viver doze horas do seu dia olhando para as manchas no teto e imaginar que elas poderiam ser as respostas que se procura dentro da alma.
Noite, todos dormem tranquilos, alguns nem tão tranquilos e eu acordado incomodado apenas com a coisa mais insignificante no momento, meu coração, meus sonhos, meus planos que outrora eram meus melhores motivos para me manter de olhos fechados sonhando,
Acho que o problema foi ter ficado tempo demais de olhos fechados em quanto o mundo girava ao meu redor,
Escuto ao longe mais um tiro ecoar,
Penso em sair, eu queria ser cada cadáver que amanhece nas ruas empoeiradas de minha cidade.
Ao menos tento ser, mas a cada dia que passa perco as esperanças de que um dia seja meu nome a fazer parte da lista do obituário no dia seguinte.
O sono vem...vem...e de repente o sol começa a atravessar as fendas da janela do quarto, já não tenho mais sobre-saltos, outro maldito dia acabou de nascer, poderei enfim dormir em paz.


Diogo Ramalho

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