As cidades estão abandonadas,
Vítimas de um Estado que nunca faz nada,
Propagando benefícios básicos
Como se fosse importantes passos
E o povo apático aceita tudo calado.
Nas ruas mal iluminadas
Espreitam pedreiros viciados,
Reféns de uma realidade cortante
Dividas que se paga com sangue.
Mataram Bang Bang,
E sua morte não foi à primeira,
Faroeste desconcertante
Em terras brasileiras.
Esquálido corpo coberto por lençol,
Espetáculo com público e sirenes,
Quase tão empolgante quanto futebol.
População carente comemora o desfecho
Filmagens e fotos compartilhadas
Deixam o domingo quase perfeito.
Mataram Bang Bang,
E sua morte foi algo banal,
Ao amanhecer será noticia
No boca a boca casual.
Diogo Ramalho