quinta-feira, 10 de abril de 2014

Bang Bang




As cidades estão abandonadas,
Vítimas de um Estado que nunca faz nada,
Propagando benefícios básicos
Como se fosse importantes passos
E o povo apático aceita tudo calado.

Nas ruas mal iluminadas
Espreitam pedreiros viciados,
Reféns de uma realidade cortante
Dividas que se paga com sangue.

Mataram Bang Bang,
E sua morte não foi à primeira,
Faroeste desconcertante
Em terras brasileiras.

Esquálido corpo coberto por lençol,
Espetáculo com público e sirenes,
Quase tão empolgante quanto futebol.
População carente comemora o desfecho
Filmagens e fotos compartilhadas
Deixam o domingo quase perfeito.

Mataram Bang Bang,
E sua morte foi algo banal,
Ao amanhecer será noticia
No boca a boca casual.



Diogo Ramalho

Nenhum comentário: