quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Circula cultura etapa São Sebastião
19 de Novembro de 2011
O Levante Poético estava lá!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Desato o nó do laço




Palavras fortes para ser ditas de imediato,
A calma pode ser a melhor aliada da perfeição,
Sem base não posso me manter em pé,
Começo de algo durável.
Falo com um discreto pausado
Como se pensasse antes de dizer algo.
Longe disso, o que sai é espontâneo,
Sincero e sai como um sonho reprimido,
Eu preparo versos e rimas para impressionar
Os meus diversos personagens,
Disseminando bombas de festim.
Matando a sede com um bom copo de água viva,
Desejando agarrar seu mundo com as mãos,
Vivendo uma pequena batalha intima.
Sinto um incomodo no polegar que perdi,
Mas se sinto então ele está lá.
Sinto outras coisas que não sei se serão tão palpáveis,
Descubro aos poucos o manto que cobre seus sentimentos,
Decifrando enigmas dignos do Mestre dos Magos.
Na escuridão sua áurea clareia minha face sonolenta,
Pela janela vejo uma outra lua, um outro dia,
Um outro sol.
Sendo minha vida digna de uma morte honrosa,
Só se vive uma vez,
Sendo assim não me puno por querer – te,
Mesmo sendo por uma dúzia de dias.

Don Diogo Ramalho

Versos, agonia e as estações



E o mundo gira,
Sem parar,
Com seu girar surge às estações,
Mas para mim tanto faz,
Pois o futuro é sempre um mau agouro solitário.
Na estação do sol,
Derreto-me em amor e desespero,
Escondo-me do cara amarela,
Exposição da carne
E eu devoro,
Devoro,
Mas não sacio a fome de sentir.
Prossegue a rotação
E o planeta antes muito quente
Agora se esfria ao se esquivar do astro rei.
Meus versos amarelam-se em folhas secas,
A luz já não incomoda os olhos
E já não consigo esquecer a saudade que resfria meu coração,
Tornando as noites mais gélidas
E quando menos se espera já é inverno
E as noites são cheias de pesadelos infernais,
Frio e maldições,
Solidão e versos invernais,
O resto?
Nada mais...
Nada mais...
Apenas lágrimas e uma dor lancinante.
Na primavera,
Nem me espera,
Estarei escondido de tudo que seja amor,
Já não sinto o cheiro das flores,
Nem refloresce bons sentimentos,
Já sinto-me calejado
E a paciência finda,
Na primavera já não há mais amor,
Não há...
Não há amor no coração dos homens,
Não há...
Não há...
Nesse giro de estações
Espero o cósmico trem passar,
Aqui já não consigo ficar,
Aqui já não posso ficar,
Aqui não existe quem amar.
E o ciclo continua de novo.

Diogo Ramalho

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Olha pro céu

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Nem mesmo as velhas canções de amor me fazem lembrar você,
Não há vestígios seu em minh’alma,
Em minha vida.
Depois que se foi...
Felicidade!
O espírito da boa aventurança se apossou de mim,
Depois que consegui expurgar todo o negativismo
Que me corroia,
Não há mais rancor,
Não há mais...
Não há...
Sobrou a alegria boba,
A descontração pura,
A vivência simples
E um narcisismo crescente.
Já me reconheço no espelho,
Sinto-me vivo,
Como há anos não me sentia.
Derrubei os obstáculos que eu havia construído,
Agora vivo entre a linha tênue que separa
A esbôrnia e a responsabilidade da vida adulta.
Quem é você?
Quem é você?
Agora sou novo
O ovo que quase ficou podre.
O tormento me trouxe a redenção,
Minha consciência é a corda que me ajuda.
Aqueles que não acompanharam,
Esqueci dos rostos
E os nomes soam familiares
Como os péssimos hits que impregnam na mente,
Deleto.
Deleito-me nos braços de todas as moças que me apetece,
Com um céu cheio de estrelas resplandecente
Não tem como ficar no chão admirando o que muitos não podem ter,
Tiro os pés do chão,
Imagino asas,
O que quero consigo,
O que desejo posso,
O que pretendo ter,
Corro atrás.
Um céu cheio de estrelas,
E eu na imensidão me sinto parte de tudo,
Sabendo que sou quase nada.
Apenas um ínfimo conquistador de belas estrelas.


Diogo Ramalho