segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Versos, agonia e as estações



E o mundo gira,
Sem parar,
Com seu girar surge às estações,
Mas para mim tanto faz,
Pois o futuro é sempre um mau agouro solitário.
Na estação do sol,
Derreto-me em amor e desespero,
Escondo-me do cara amarela,
Exposição da carne
E eu devoro,
Devoro,
Mas não sacio a fome de sentir.
Prossegue a rotação
E o planeta antes muito quente
Agora se esfria ao se esquivar do astro rei.
Meus versos amarelam-se em folhas secas,
A luz já não incomoda os olhos
E já não consigo esquecer a saudade que resfria meu coração,
Tornando as noites mais gélidas
E quando menos se espera já é inverno
E as noites são cheias de pesadelos infernais,
Frio e maldições,
Solidão e versos invernais,
O resto?
Nada mais...
Nada mais...
Apenas lágrimas e uma dor lancinante.
Na primavera,
Nem me espera,
Estarei escondido de tudo que seja amor,
Já não sinto o cheiro das flores,
Nem refloresce bons sentimentos,
Já sinto-me calejado
E a paciência finda,
Na primavera já não há mais amor,
Não há...
Não há amor no coração dos homens,
Não há...
Não há...
Nesse giro de estações
Espero o cósmico trem passar,
Aqui já não consigo ficar,
Aqui já não posso ficar,
Aqui não existe quem amar.
E o ciclo continua de novo.

Diogo Ramalho

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