sexta-feira, 16 de maio de 2008

Carta de despedida

Nada melhor que fechar os olhos e apenas ir...
Não necessariamente sabendo o destino mais o importante é se deixar levar,
Eu estou indo, por isso deixo aqui minha despedida.
Despeço-me do dia, da noite e da lua grande e branca pendurada no meio do céu.
Despeço-me também de todos os estranhos que cruzaram comigo na rua e por mera curiosidade olharam com estranheza para o meu cabelo black.
Vou-me indo pois a estrada é longa e a volta dolorosa e não sei se terei forças para voltar.
Despeço-me de todos que me conheceram superficialmente e não tiveram chance de me conhecer verdadeiramente como ser humano que tentei ser.
Despeço-me de todos os meus amigos, pela ajuda nas horas certas,
Agora não precisarei mais de ajudas, meus pés caminharão sozinhos.
Há coisas que nunca deve acontecer na vida das pessoas, uma delas é se apaixonar.
Do alto de diversos viadutos de Brasília vejo a beleza que existe entre o chão e parapeito, algo invisível e convidativo que nos faz fechar os olhos e deixar o corpo ser abraçado pelo nada, pelo vazio.
Despeço-me do amor que tive e peço que não machuque mais ninguém,
Há um ditado que diz muito nesse momento,
Não faça com os outros, o que não quer que façam contigo.
Há coisas que nunca devem acontecer na vida das pessoas,
Uma dessas coisas é se apaixonar perdidamente,
Paixão é prisão e sair dessa prisão é algo difícil.
Despeço-me de tudo que vi e do que não vi,
Queria poder ter vivido mais e ter sido o homem perfeito para a pessoa que mais amei e
Que como aqueles copinhos ridículos de cafezinho me jogaram fora.
Já não há mais nada que eu possa fazer agora,
Abraço o vazio, meu corpo sem asas apenas sente o vento que balança meu cabelo,
Em segundos não há mais dor, mais vento, não há mais amor.
Já não há mais nada, apenas o sorriso alegre de quem deixei no caminho.

Diogo Ramalho