quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Conversa de vagabundo




Se eu pudesse encontrar
Um lugar onde minha poesia fizesse todo o sentido,
Onde todos gritassem a plenos pulmões o amor reprimido.

Tentam subverter minha ordem natural,
Injetando no meu espírito falsas necessidades
E distraindo-me das verdadeiras prioridades.
Não vivo sem meus versos,
Espalhar fragmentos do que sou
É meu papel nessa caótica obra existencial.

O capital rejeita o emocional,
O capital nos quer único, individual.
O capital não gosta de poesia,
O capital não quer versos.

Ele quer verba,
Baixos custos,
Grandes lucros.

Vivo em função de minha essência poética
E qualquer coisa que me desvirtue do que tenho de melhor,
Me deixa deprimido,
Sem sentido,
Desnorteado.

Sou dependente da minha veia poética
E circula forte o sangue versado,
O capital não quer versos.

O capital não quer versos
E sem meus versos o poeta rejeita a vida.




Diogo Ramalho

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