segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Pulo no vão




O que aconteceu com o meu reflexo?
Já não o reconheço,
Será que sou o monstro que apontam e apenas eu não vejo?
Um anônimo triste e sozinho,
Mendigando pelas ruas qualquer tipo de carinho.

Não há coração que me carregue,
Minha melhor lembrança é uma foto que foi roubada.
Já não pulo alegre por sua aparição e
Minha felicidade é tão frágil que um vento forte,
A levará longe.

Vivo na eterna despedida,
Pessoas que mal chegam já estão de partida
E meu coração aflito apenas pede para não sofrer mais por ninguém,
Já não suporta mais palavras de adeus.

Não suportando a tortura das manhãs,
Um dia a mais para pensar em você,
Um dia a mais para se esquecer.

O carrasco que o futuro dará cabo antes de eu perecer,
A intrigante curiosidade daquele que não quer mais viver,
Se entregar e vencer,
A vida que não faz questão de ter.

Caminha sozinho,
Com seus ruidosos passos noturnos,
Ao encontro da dama de ossos,
Que espera com satisfação
Aquele que se entorpeceu de sentimentos como se fosse ópio.

Ele a encontra e abraçados
Caminham para o outro lado,
O sorriso no rosto revela,
Que o mundo não era o que se esperava,
Sempre destruindo os sonhos daqueles que de alguma forma prospera.

Com minha nova dama sou todos sorrisos
E nunca mais ficarei só,
Amante de minha dama, meu algoz.


Diogo Ramalho


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