segunda-feira, 24 de março de 2014

ões

Tudo ao redor é tão cinza,
Sem vida,
Sem cor,
Pessoas andando para baixo e para cima
Não se entreolham,
Não há amor.

A expectativa é uma ilusão
Moldada pelas incertezas que já viveu,
Sempre escolhendo o mais cômodo,
O desgastado presente conhecido.

Infelizes por opção,
O mundo é para quem nascer para ousar,
Não para quem tece teorias de meios e modos.

Passos adiante,
Passos adiante,
É isso que é importante.

Sempre nos aliando as “pessoas âncora” que nos fazem estagnar,
Confortável conformismo,
Sem necessidade de abusar das regras
E costumes do bom viver.

Jogue fora o que trava,
O que atravanca as novas empreitadas,
Sem medo discuta,
Pessoas burras ouvem tudo,
Mas por ignorância fingem não escutar.

Quantos que te rodeiam confessaram suas covardias?
Fortes e imbatíveis seres que quando só
Choramingam inconformismo com a vida que levam
E ao despertar reforça o negativo ainda mais.

Nada há de mudar,
Se os olhos não abrirem para o subliminar do mundo,
Nada há de mudar,
Se a mudança for só palavras soltas em ridículas propostas.

Nós damos os tons,
O ritmo e escolhemos a canção,
Se no fim a vida for só prejuízo,
O problemas foi de escolher a melhor opção.



Diogo Ramalho

terça-feira, 18 de março de 2014

Alma de papel

Sei que você quer rasgar minha alma inteira
Como um rascunho de papel que não ficou bom,
Tudo que você quer eu não sou,
Mas você não consegue largar-me
Pois o meu pior defeito é o que mais te atrai,
Minha estranheza em olhar dentro de você,
Inspira-te um hedonismo que não consegues controlar.

Sei que você quer acabar com sua necessidade de está ao meu lado
Por ser eu inspiração para seus piores atos,
Mas lhe acompanho no seu trilhar
E juntos ninguém pode nos dominar.

Somos o que chamam de unha e carne,
Mas essa unha encravou,
E sentes a dor de não se importar,
Só vivendo o que o impulso deixar.

Tudo que passamos
Só serviu para afastar-nos,
Distancia que não faz mal
Já que juntos não podemos ficar,
Mas mesmo assim tudo continuará lindo
E não haverá coração para maltratar,
Pois o que somos não tem palavras que possa explicar
E o que foi, e o que é, o que será não deve se apagado,
Tudo se tornando lindas canções
E versos que inspiram
O mundo que você irá sem medo abandonar.

Sei que quer...
Sei que você quer minha alma...


Diogo Ramalho


quinta-feira, 13 de março de 2014

Amo- te, ou Insistência sentimental, ou Amor que não se explica.




Amo-te,
Mas calo por não saber dizer,
Amo-te baixinho quando posso,
Quase um sussurro acompanhado de suspiros
Que revelam-se em minha alma aflita
E já não tenho mais receios ou algo para temer.

Amo-te
E mesmo que eu não possa amar,
Amarei-te às escondidas,
Como um bandido, fugitivo homicida que não vê a possibilidade da volta.

Amo-te
E muitas vezes reflito sobre a sanidade desse amor,
Amor em versos
Suaves e discretos.
As sombras de suas maiores vontades existo.

Trago comigo a lembrança de um beijo-fogo
E de sua alma junto a minha no esforço de tornarmo-nos apenas uma.
Megatons de versos explodem em minha mente
E não consigo transcrever nem 1% do que exageradamente sinto,
Pois meu amor não tem verbos que possa descrevê-lo.

Apenas sei que amo-te
Como um pássaro dá o seu salto de fé alçando vôo pela primeira vez.
Em minha costumeira e pacata melancolia
Sugiro que não se preocupe,
Pois o meu amar é meu
E não haverá promessas
Por nada poder prometer-lhe,
Apenas as irracionalidades de um sentir impulsivo
E cheio de afeto.

Amo-te
E vivo os meus dias comuns
E ao ter-te perto
Vejo-me envolto em dúvidas e luz
E assim meu peito se alivia de todas as dores do existir.

Amo-te
E não peço nada em troca,
Pois amar é isso,
Viver é isso,
Poesia é isso
E o resto são invenções para confundir-nos.
Amo-te
Como és, pois o que és encanta-me
E me faz querer mostrar-me como sou,
Fazendo de nós inspiração e poesia,
Nada além do que somos.

Amo-te
De forma descabida e despretensiosamente,
Sem buscar sentido ou explicações,
Apenas sinto em meu âmago
E deixo a essência do meu sentir fazer o resto.

Amo-te
E por tanto querer-te
Deixo que se vá,
Porque o amor é a liberdade de ir
E a surpresa do voltar,
A incerteza do conhecer
E o fascínio do experimentar.

Amo-te
E te amei não mais que de repente,
Como alguém que tropeça ou esbarra,
Como um estalo inaudível que ativa o querer do coração,
E há tempos trago comigo o sentir inconfundível,
O coelho lunar
E o sentimento infalível do amor original




Diogo Ramalho





segunda-feira, 10 de março de 2014

Domingo sem parque




Sol,
Nuvens brancas desfilam sua fofura pelo céu azul,
Um domingo nada especial.

Uma sombra aqui e acolá,
Crianças na água,
Algazarra e gritos de uma inocente alegria.

O sol com seu rosto amarelão,
Sorriso quente
E raios ultravioletas em ação.
Ardem,
Queimam.

A bronzeada pele que perambula sob o sol,
Nem há protetor,
Nem amor
Nos andarilhos “fitness” de domingo.

Sol,
Cachorros em seus sufocantes pelos correm
Com seus donos obesos,
Donos estranhos que curtem seus bichos
Como um hobby apenas de fim de semana.
Fulana tem um Pug lindo!!!
O doutor Asdrúbal tem um Mastim Tibetano!!!

Não gosto,
Mais preciso,
Eu quero!

Sol,
Nuvens brancas desfilam sua fofura pelo céu azul,
Exemplares de gente imbecil se vêem aos montes,
A cafona e velha família nuclear,
Indo embora cedo por ter compromisso com Cristo,
A missa dominical.

O sol indo embora,
Famílias nas missas,
Famílias submissas,
Famílias promiscuas.
Nuvens não tão brancas desfilam seu principio de fúria,
Escuras nuvens,
Fortes trovões.


Nada especial...



Diogo Ramalho

quarta-feira, 5 de março de 2014

Faz o jogo



Tua vida é uma bosta,
Sempre vive a reclamar,
Se soubesse que tem força, o poder ia derrubar.

Todos alienados,
Andando pro trabalho,
E no final do mês ao receber o salário
Fica contrariado,
Se sente um Otário.

Passou a vida toda
Com esperança no futuro,
Mas o futuro já chegou
E as coisas não mudaram muito.

Se preocupa com a política,
Sempre cheio de opinião,
Mas na hora de votar
Apóia o ladrão!

Tua vida é uma bosta
E vai ser sempre assim,
Enquanto querer ganhar dos outros
O que não foi dado pra ti.



Toma lá,. Dá cá.

Diogo Ramalho