quinta-feira, 13 de março de 2014

Amo- te, ou Insistência sentimental, ou Amor que não se explica.




Amo-te,
Mas calo por não saber dizer,
Amo-te baixinho quando posso,
Quase um sussurro acompanhado de suspiros
Que revelam-se em minha alma aflita
E já não tenho mais receios ou algo para temer.

Amo-te
E mesmo que eu não possa amar,
Amarei-te às escondidas,
Como um bandido, fugitivo homicida que não vê a possibilidade da volta.

Amo-te
E muitas vezes reflito sobre a sanidade desse amor,
Amor em versos
Suaves e discretos.
As sombras de suas maiores vontades existo.

Trago comigo a lembrança de um beijo-fogo
E de sua alma junto a minha no esforço de tornarmo-nos apenas uma.
Megatons de versos explodem em minha mente
E não consigo transcrever nem 1% do que exageradamente sinto,
Pois meu amor não tem verbos que possa descrevê-lo.

Apenas sei que amo-te
Como um pássaro dá o seu salto de fé alçando vôo pela primeira vez.
Em minha costumeira e pacata melancolia
Sugiro que não se preocupe,
Pois o meu amar é meu
E não haverá promessas
Por nada poder prometer-lhe,
Apenas as irracionalidades de um sentir impulsivo
E cheio de afeto.

Amo-te
E vivo os meus dias comuns
E ao ter-te perto
Vejo-me envolto em dúvidas e luz
E assim meu peito se alivia de todas as dores do existir.

Amo-te
E não peço nada em troca,
Pois amar é isso,
Viver é isso,
Poesia é isso
E o resto são invenções para confundir-nos.
Amo-te
Como és, pois o que és encanta-me
E me faz querer mostrar-me como sou,
Fazendo de nós inspiração e poesia,
Nada além do que somos.

Amo-te
De forma descabida e despretensiosamente,
Sem buscar sentido ou explicações,
Apenas sinto em meu âmago
E deixo a essência do meu sentir fazer o resto.

Amo-te
E por tanto querer-te
Deixo que se vá,
Porque o amor é a liberdade de ir
E a surpresa do voltar,
A incerteza do conhecer
E o fascínio do experimentar.

Amo-te
E te amei não mais que de repente,
Como alguém que tropeça ou esbarra,
Como um estalo inaudível que ativa o querer do coração,
E há tempos trago comigo o sentir inconfundível,
O coelho lunar
E o sentimento infalível do amor original




Diogo Ramalho





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