sexta-feira, 20 de março de 2009

Ganja Airline



E na correria cotidiana,
Vem em mim uma necessidade de não ser eu.
Expandir os horizontes e viajar pela mente,
Da pequena abertura vejo a maquete
Do mundo real.
As pessoas não cessam suas falas,
Ouvir é quase proibido,
Um potencial jogado no lixo.
Marchando ao lado de nuvens de guerra,
O dito grande invento desvia da fúria celeste,
Um inseto fugindo do homem que mata insetos,
Me pego preso em meus pensamentos
E sussurros de orações são escutados.
Pessoas medíocres que precisam da dor,
O sacolejo é rotineiro e não me matando
Me tornará mais forte.
Medo sem motivo é perder antes de tentar,
Pisco os olhos e me vejo sentado confortavelmente,
Uma fome sem fim e uma linda moça a me oferecer amendoim.
Calor, urubus acompanhando seus irmãos bípedes,
Portinholas, calor infernal, zunido no ouvido
E um sorriso falso com desejos de felicidade.


Diogo Ramalho

terça-feira, 17 de março de 2009

Sonhos de uma noite em São Sebastião




Abre-se a cortina e o grande senhor das ilusões aparece diante de sua platéia extasiada de olhinhos brilhantes.
O hipnotizador chama alguém da platéia:
- Um rapaz por favor!
Um corajoso voluntário levanta e caminha em direção ao palco onde o senhor das ilusões o espera com uma cadeira dessas de bar vagabundo,
O rapaz fecha os olhos e espera as ordens do hipnotizador, ele respira fundo e obedece às ordens, de repente diante de seus olhos surge uma jovem muito bela, com uma voz angelical sussurrando em seus ouvidos dizendo que o ama,
Ela o chama para entrar em sua vida e ela fazer parte da vida dele.
Os dois vivem anos e anos juntos em um amor perfeito,
A vida que ele sonhava,
Até que em um belo dia, sua amada ao lado direito da cama o beija com fervor e dos seus lábios corre um fio de sangue e aos poucos ela vai sumindo diante de seus olhos,
Seu quarto, seus filhos, seu amor,
Tudo é drenado pelo nada e um som é ouvido ao longe e sua amada de mãos estendidas tentando alcançar a suas,
Ela some e tudo em volta também,
De repente como ressuscitado dos mortos ele abre os olhos.
Há diante de si uma enorme platéia que o aplaude com fervor, tudo não passará de um sonho, uma ilusão, e o maldito hipnotizador o encara com um sorriso no rosto e dá boas vindas ao mundo real.
Seus olhos marejados encaram toda a platéia e aos poucos tudo vai se arrumando em sua cabeça
E o sonho vai se tornando fumaça,
Na sua cabeça tudo normal,
Mas em seu coração ficou algo que insiste em incomodar e só há de parar quando tudo que existe acabar ao seu redor.
Seja você também bem vindo ao maldito mundo real.

Diogo Ramalho

Conversas sentidas sem sentidos, acabam dando sentidos as coisas que sentimos!


FINAL DO MEU LIVRO!
Em breve você vê o começo!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Plantão e veias


A travessia do ser humano por dentro da própria mente
É arriscado e imprevisível,
Não há quem nos guiar,
Nem passos a seguir,
Apenas tentativas acertadas ou não.
Borboletas voam em todas as direções
Confundindo quem ainda não sabe voar,
Meu corpo de lagarta não para de se arrastar.
Os reflexos no teto confundem – me,
Falsas luzes no fim de túneis de pedra,
Enganam-me
E quando se chega à falsa luz,
Não se sabe o que é.
Após quedas e feridas nos pés,
Acho o frio caminho para minha
Verdadeira consciência.
Assim sendo eu o senhor
De minha vida.


Diogo Ramalho