quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Resistência



Não há amor que não seja efêmero,
Como gelo dentro de um copo d’água.
O tempo passa para todos,
De forma igual,
E no correr das horas é que se constrói o ser.
Parado,
Deixando o tempo passar,
Reclamando da sorte e culpando os outros por seu futuro pobre.
Correria,
Parado não dá para ficar,
O mundo pede reação, reação, reação...
Aos diversos estímulos que por aí estão
E cabe a nós não parar,
Para não viver em eterna obediência.
Competência,
Para o que der e vier,
Nada vai cair do céu,
Como um dom ou dádiva divina.
Os milagres acontecem para quem se esforça para que o impossível aconteça,
Aos que sobem por sobre os outros,
O destino os reserva o kharma,
Tudo que se pode fazer é esperar ele chegar,
Nada fica impune.
Mais gelo na minha água, por favor!
Assim como derrete essas pedras se vai embora meu amor!
Tudo é passado e calejado agora estou,
Preparado e resistente para quando tudo acontecer de novo.
E vai acontecer...

Diogo Ramalho

Poema na rua


Gravação improvisada no meio da esplanada...

Domingo no parque


Nada como lembrar como é ser criança...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Me chamo Soneca


Sono, sono, sono...
Muito sono,
Não quero acordar,
É chato viver,
Prefiro sonhar.
Sono, sono, sono...
Muitos sonhos,
Não há descanso,
Não há entrega ao sono profundo.
Tenho de acordar, 
Tenho de ir trabalhar.
Sono, sono, sono...
Enjoado de ficar desperto
E ver sempre os atos de vários paspalhos,
Que mandam, comandam
E idiotas obedecem.
Sono...sono...sono...
Sempre cochilando,
Onde encosta dorme, baba e ronca, muito!
Sono, sono, sono....ZzZzZzZzZzZzZzZzZ...


Diogo Ramalho

Ela é a mais bela e eu o sortudo que ela ama



E no mundo não havia mulher mais bela,
Toda beleza que há não se compara a dela,
Que insiste em me fazer querer.
Querer dar-te meu mundo,
Meus sentimentos e meus versos,
Por você não mais protesto contra o cupido,
Agradeço e esqueço-me dos erros antigos,
Onde o cupido cego me jogou no limbo.
Hoje não há o que dizer,
Meus atos e gestos são todos por você,
Como a terra que absorve a água depois de chover.
Já não há mais ninguém que me faça esquecer,
A mulher mais bela,
Aquela que eu escolhi pra bendizer
A vida.
E eu me dedico,
Ela me completa,
Eu sinto
E ela me entrega seu amor faminto.
E não há outra mais bela,
Não há Rapunzel,
Branca de Neve
Ou cinderela.
Porque no meu castelo
Só existe lugar para uma princesa
E é você.
Triste são os outros homens,
Que nunca vão entender
Que não há mulher mais bela,
E todas são pequenas e feias
Diante do amor que fazemos acontecer.
E eu completo ela,
E ela só quer saber de mim.
Somos amantes enfeitiçados,
Que parecemos um só,
Não dizemos nada,
Nem precisamos,
Nos comunicamos,
Sem ruídos e boatos.
Amor constante,
Que de tanto amar,
Nossas almas se uniram
E desde então somos um só.

Diogo Ramalho

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O mundo e minha lupa



Pelo menos por uma vez o mundo poderia parar,
Para podermos examiná-lo minuciosamente com uma lupa,
Aprendendo sobre as pequenas coisas,
Quanto mais absorvo,
Menos confortável me sinto quando manda-me entrar na velha rodinha de rato.
Fazer pose e sorrir largamente não são truques que aprendi,
Facilitadores de uma ascensão
Guiada pela roda da fortuna,
Que só pensa no bem estar da Família – padrão.
Adoção de novos hábitos, remodelação de velhas regras
E quebrando velhas leis,
Me liberto para evoluir,
Depois é só partir e seguir em frente.
Me será permitido buscar a liberdade?
Encostado na parede sinto-me observado por mil armas de fogo,
Punição por querer buscar a penumbra da claridade
Que começa a crescer na escuridão.
Ouço o sermão dos construtores de pessoas,
Que usa da ironia para nos contar a verdade que está lá fora.
Obscurecendo nossas almas e jogando a sujeira escondida debaixo do tapete
Nos olhos daqueles que iniciam a jornada.
Os que se dispuseram a jogar que permaneçam até o fim da partida,
Em caso de dúvidas ou explicações,
Coloque a culpa no companheiro mais próximo.
A terra continua girando e o pavio da bomba humana
Fica cada vez mais curto,
Revoltas de uma sociedade cíclica.
Às vezes dá vontade de parar o mundo.

Diogo Ramalho

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Rebele-se contra o homem de terno




As mesas se enchem de papéis,
Ao falar o ego infla e todos parecem admirá-lo.
Um terno e um capacho,
Uma ordem e um recado,
Um diploma, um burocrata e um anel.
Não se pode dar ouvidos aos homens que vestem terno,
Nem aos seus representantes.
Eu me sinto incomodado,
Eu me sinto incomodado.
Quando burocratas calados
Olham o povo e seus capangas entendem o recado.
Nada de doce,
Nada de aplausos.
Pau, balas e integrantes da suposta lei,
Comandada por homens de terno.
Todos têm o que merecem
E o povo só merece ceder,
Entregar-se as falsas verdades
De quem só pensa em suas próprias vontades.
Uma mentira e uma urna,
Uma campanha e dinheiro sujo comprando a alma de pobres infelizes.
Eu quero ver...
Exploda!
Eu quero ser...
Carrasco,
De todos que tentam nos subjugar.
Atenção para o toque de cinco segundos...
5, Prepare o espírito para a revolta que aí vem...
4, Humanos nasceram para serem iguais...
3, Todo tipo de censura ou repressão é nociva.
2, O terno não é mais moda no poder.
1, Abaixo a burocracia que nos atravanca.
0, Armas e explosões mudarão nossa história!

Diogo Ramalho

Envolve



Por insistência e costume social
Me causa medo qualquer envolvimento emocional,
Só adiciono e curto!
Convívio real?
Não há...
Sem palavras para expressar,
Geração de adultos vinte dois.
Cada um tão na sua
Que não olham para os que estão ao lado,
Eu e apenas eu.
Desde pequeno contam histórias terríveis de como é ter alguém,
Piadas, filmes e tudo mais.
No fim o mocinho sempre fica com a mocinha...
No fim.
...No fim dos filmes.
Por insistência e costume social.
O amor é um cartão decorado em cima de um valioso presente,
E ainda me causa medo qualquer envolvimento emocional.
Se for sem sentimentos, aí tudo bem!

Diogo Ramalho

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

E o coletivo de Universo é... MULTIDÃO!!!!!!

Que belo par de asas!




Nada me chama mais atenção do que as asas dela,
Teria eu tido a sorte de conhecer um anjo?
Sua pele lindamente decorada,
Seu sorriso doce.
Tenho na mente a idéia quase certa de que conhecer-te foi um sonho,
Não se deve confiar na memória de um bêbado.
Tão perto...
Tão distante...
E o cruel destino que sempre me faz fugir de suas aparições,
Me levando a lugares longínquos
Enquanto estás pelo planalto central.
Nada me chama mais a atenção,
Que belo par de asas!
Sou eu mero espectador de sua beleza primaveril
E inspiração nunca mais me faltará
Se pelo menos mais uma vez
Eu puder admirar essa linda que se assemelha aos anjos.


Diogo Ramalho 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Let's play




Vivo...
O jogo não tem regras,
Mas tem consequências.
Morto...
Ao lado do caixão um festival de choro e exaltação.
Como vamos viver sem ele?
Vivo...
Quando aí estava,
Estava sempre melancólico,
Muitas vezes sozinho
E frequentemente infeliz.
Morto...
Todos o amam,
Flores e versos,
Elogios e declarações.
Ao saber que os olhos nunca mais irão se abrir,
Aproveitam e fazem o momento parecer morbidamente belo.
Vivo...
Contava nos dedos quem lhe importava
E quem se importava também.
Não amou muito...
Hoje todos fantasiam que o amam.
Por que?
Morto...morto...morto...


Diogo Ramalho

Eu disse


As vezes o sentimento acaba...
As vezes alguém esquece de puxar a descarga
E as coisas acontecem,
O que era vivo,
Desaparece
E de um minusculo ser forma-se o humano,
Aquele que faz tudo errado,
Mas no fim vira a mesa e faz dar certo.
Vitória pelo desespero.
Planta a semente no peito,
A árvore cresce e bons são os frutos que ela dá.
As vezes as coisas acabam...
Mas outras vezes crescem,
E saboroso é o gosto da vitória,
Mesmo que não saibamos que vencemos.

Diogo Ramalho

Paixão fora de época



Som alto,
Gente,gente, gente...
Todos seguindo o ritmo.
Um sorriso para a moça do lado.
Um brilho no olhar.
Troca de cumprimentos,
Chegando cada vez mais,
Perto,perto,perto...
Ação!
Os corpos se tocam,
Reação!
Os lábios cada vez mais...
Próximos, próximos, próximos...
Levemente...
...Molhado!
Barriga formigando.
Mãos exploram território desconhecido,
Almas em conexão!
Na pista sou desafiado,
No duelo saio vencedor,
Cada música que toca
E uma nova sensação.
Separação forçada,
Observação e lealdade.
Novo toque!
Rompimento brusco,
Tudo se repete,
Tristeza tem fim!

Diogo Ramalho

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Submissão doentia II




Como acalmar um coração que teima em sofrer?
Como amar a expressão fria que surge em meu monitor?
Como viver feliz com as migalhas que joga ao chão?
Não é todo dia que faço de minha vida algo menos tolo,
Apenas tento viver da forma mais submissa possível,
A pedir por um amor que não vem,
Que não chega,
Que não existe!
Sonhos, malditos sonhos que me fazem despertar,
Que me fazem querer e me tornar insone.
Amor...
Dei-me seus beijos de fada
E te darei minha eterna dedicação, lealdade
E um pouco de meu sangue misturado com suor.
Acalma coração!
Acalma...
Toda servidão será recompensada com um olhar terno,
E uma ou duas palavras de carinho.
Minha submissão masculina chegou ao limite da minha honra
E está já não me importa mais.
Calarei minhas verdades por amor e fidelidade ao meu objeto de platonismo
Amoroso.
E assim me sentirei feliz.
Louco.


      Diogo Ramalho

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A música que transforma o ser


Os sons dos violinos e das violas me entorpecem,

Em minha poltrona de veludo viajo em cantatas e harmonias.

A cada dia sinto bases mais sólidas se formar abaixo de meus pés,

Nada de choro, nem velas as coisas andam conforme manda o figurino,

Assim como o Super-homem sempre para o alto e avante.

Não há mais overdose de nostalgia

E não me pego mais vasculhando velhas fotografias atrás de lembranças que não são mais minhas.

A salvação me vem em ondas sonoras

E ela não me foi proporcionada por nenhum Deus,

A solidão se tornou algo confortável

E o interagir deixou de ser uma ação descomunal,

Simples ato de falar e ouvir com coerência e atenção.

Enquanto violinos continuam em harmonia,

Me equilíbrio e me descubro aquilo que nunca achei que seria.

Um ser humano bom.


Diogo Ramalho

O inimigo



Não peça,
Não há quem escute o que tens a dizer.
Sem pressa,
Sem prece.
Só existem promessas que não se cumprem
Enquanto todos partem por caminhos diferentes.
Mundo encantador,
Drogas, sexo e dinheiro,
Tudo interessante e vago.
Os que se juntam de verdade resolvem suprimir a fé dos que ainda crêem.
Mesmo que ache,
Deus não vai ajudar e Satã ficou orgulhoso e obsoleto,
Humanos a se superar.
Esqueceram o que é viver.
E o amor? Esse não se vê.
E se aparecer será caçado, perseguido
E quando capturado considerado inimigo do Estado.

Diogo Ramalho

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Entre eu e você


Esqueço lembranças como quem esquece pequenos objetos
Ou as chaves de casa,
Ou até mesmo sentimentos que nos faz lembrar...
Lembrar coisas que talvez devêssemos esquecer.
E assim ter a mente e o coração liberto para um mundo de possibilidades.
Há tanta gente para se conhecer,
Tantas garotas a se conquistar.
Sem distração,
Quando se procura não acha.
Quando acha corre o risco de perder.
No fim é necessário?
Carrego comigo cicatrizes na alma,
Marcas das coisas que passei,
O bom passado que machuca,
Hoje evapora-se entre eu e você.
Dissipando-se,
Perdendo pouco a pouco a forma,
Mutando-me.
Sou novo no velho corpo de sempre.
Hoje já me sinto bem.


Diogo Ramalho e Antônio José Ferreira Melo

Benevolência




De todos os meus delitos,
O melhor foi matar os desejos
Que me iam à alma.
Aos poucos me vejo em velhos espelhos,
Há tempos não me enxergava,
Andava com outras pernas,
Olhava-me com outros olhos,
Escrevia com meus “amigos” de tristeza.
Terrorismo emocional em almas alheias,
Queria não derrubar torres que não me pertencem,
Mas infelizmente não sou tão benevolente.
Escondido em cortinas e por trás de grandes obras humanas,
O fervor que causa no fundo de minhas retinas me faz bobo,
Uma vida apenas para recordar.
Um dia apenas para não se arrepender,
Prefiro viver a eterna sensação a nunca ter me arriscado.
Minha ilha de edição não faz resumos de lembranças,
Poupando o fôlego e o meu animo,
Não sou filho de nenhum deus,
Nem servo de nenhum demônio,
Sou apenas meus versos,
Meus poemas,
Uma vida poética,
Dedicada a pessoas que me inspiram
E me fazem viver em um eterno romance de Romeu e Julieta.


Diogo Ramalho