sexta-feira, 1 de março de 2013

Poema a um amigo morto II


Ouvi dizer que amizade é para sempre...
Besteira,
Besteira...
Quantos idiotas se perderam pelo caminho por burrice
E continuam a levantar essa bandeira?
Não confiar é não relacionar.
Simples é assim,
Como o transeunte ignora o mendigo,
Como o governo abate o oprimido.
Ao falar, floreio e rara demonstração de perspicácia,
Nada natural,
Apenas para ser visto pelos olhos alheios.
Sou o contraponto de sua poesia metrificada,
O palavrão que ouves quando passas de cabeça baixa.
O filho da discórdia que traz o fim de seu mestre alienado.
O poeta de cabelos desgrenhados que limpa os pés em cima de seu discurso,
Que insiste em citar subliminarmente dinheiro e dominação.
Ninguém é perfeito
E ter defeito é permitido,
Mas seu único erro é ter nascido e ainda não ter morrido.
Um bom fim não é necessário,
Que seu corpo seja violado e seus restos expostos,
Esse é minha homenagem para o grande amigo morto!
Forasteiro do altiplano,
Seguro seria voltar para seu canto
Antes que sejas queimado por seu senhor marionetista,
Ouvi dizer...
Nada dura para sempre...
E em breve a pena que trago em punho penetrará seu peito
E lá deixarei meus versos de ódio e vingança.


Diogo Ramalho


Nenhum comentário: