sexta-feira, 8 de março de 2013

Sandino



Minha vida tem dado voltas constantes,

Sobrevivo a cada volta,

Mas um dia ela irá parar de girar e poderei colocar meus pés em terra firme.

Eu que tantas vezes me transformei em dois para ser o melhor,

Hoje me vejo caído em uma sarjeta

Onde cães imundos tentam matar a sede em minha saliva que escorre pelo canto da boca.

Sem esforçar-me apenas aviso: Não cheguem perto!

Ao aproximar-se, 

Meu ódio me possibilita erguer-me

E com a força do meu lado negro estrangulo os inúteis animais que me rodeavam.

Foda-se os direitos dos animais...

Os que observam a cena apenas comentam:

Ele está louco!

Ele sempre tão quieto!

Explosão do ódio reprimido,

Bater ao invés de se desculpar.

Chega ao fim a boa educação,

O rapaz comportado,

O sorriso largo.

Toma seu lugar a indignação

A raiva e a revolta

Que ele insiste em mostrar ao outros que nada enxergam.

O mundo que se prepare para a terrível vingança do famigerado

Sandino o perturbador de nações.


Diogo Ramalho

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