Uma breve
caminhada,
Um telefone
público
E um
coração palpitando
Em ritmo
cada vez mais acelerado,
Uma rápida
olhada no papel de pão riscado a caneta
E o
indicador começa o serviço,
Operadora,
código da cidade, número do telefone.
No Brasil
existe burocracia até para dizer alô!
Silêncio e
um toque, silêncio e outro toque,
Silêncio,
um barulhinho bem baixinho ao fundo.
Será
alguém?
Será um
alô?
Na dúvida
pergunto.
Alô...
Alô... Alô?
Uma voz
suave e doce responde
Depois da
formalidade das apresentações
E o
espanto, do lado de lá.
Do lado de
cá,
Timidez,
alegria, um coração transbordando
Em
sentimentos misturados.
Conversa
vai, conversa vem,
E versos
embelezam os cabos de fibra óptica da operadora local.
No fim,
agradecimentos, palavras de carinho de lá e de cá.
Despedidas,
um tchau.
O caminho
de volta tem um sabor de dever cumprido,
Com um
gostinho de conquista e uma pitada de flerte,
Mas no
fundo é algo como um bem querer.
A rua de
minha casa está deserta e a desço com um sorriso
Estampado
no rosto,
O vento
gelado bate e não sinto frio,
Um carro
buzina pedindo passagem a um transeunte distraído.
Tiro as
chaves do bolso,
Abro a
porta que faz um barulho que denuncia minha chegada.
Sento no
sofá e me pego sonhado com o depois.
O que
aconteceu depois que ela colocou o telefone no gancho?
E o que lhe
vai à mente?
Será se foi
exagero de minha parte?
Não!
O que ficou
guardado no coração?
O que pensa
ela de mim agora?
Fora o medo
do erro em mim
Só há o
sentir, o agir, o querer
E a vontade
de estar com a musa de meus versos.
Hoje o
orelhão da esquina foi à espada e o instrumento
Da velha e
boa poesia.
Diogo
Ramalho
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