Faço poesia como quem
desbrava florestas
Ou pede esmola nas esquinas
das grandes cidades,
A poesia é tudo e ao mesmo
tempo nada,
Ela fala de tudo e ao mesmo
tempo não fala de nada.
E o poeta é a personificação
dos sentimentos humanos,
Poesia é para todos e não só
para mulheres e afeminados, como dizem os Homens durões.
Mais afeminados são esses
durões.
Poesia é como saltar do
penhasco,
Nunca saberemos se irá doer
até que cheguemos ao chão, é preciso sentir para entender o que a poesia nos
diz.
O que o poeta nos fala é o
segredo do universo,
Só que pessoas com posturas
conservadoras tampam os ouvidos para os segredos.
Quem nunca procurou um poeta
dentro de si?
Nunca procurei o meu,
Ele sempre esteve comigo e
sempre estará.
Agora soldados da
insensibilidade tentam matar o poeta e a poesia.
Poesia é fechar os olhos e
andar na corda bamba,
Nunca se sabe onde o pé vai
pisar cada vez que se der um passo, é preciso sentir para entender o que a
poesia nos diz.
Quando entendemos e
escrevemos poesia,
Somos transformados em seus
escravos e não há mais como viver sem a poesia.
Faço poesia como quem
derruba um prédio com as mãos
Ou como que planta uma
árvore no meio do terreno baldio.
A poesia é para o mundo;
para o Homem; mulher e todo ser que vive sobre a Terra e debaixo e em cima
dela,
Mesmo que homens durões
digam que não!
O poeta é o capanga da
poesia,
Ele morre e mata por ela,
Ele é leal à poesia como
Álvares de Campos era leal a Tabacaria do outro lado da rua.
A poesia não morre,
A boca do poeta pode até calar,
Mas nunca a poesia.
O poeta não vale nada o que
vale é a sua poesia.
A eterna poesia.
Diogo Ramalho
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