segunda-feira, 18 de março de 2013

Metrópole




Faço poesia como quem desbrava florestas
Ou pede esmola nas esquinas das grandes cidades,
A poesia é tudo e ao mesmo tempo nada,
Ela fala de tudo e ao mesmo tempo não fala de nada.

E o poeta é a personificação dos sentimentos humanos,
Poesia é para todos e não só para mulheres e afeminados, como dizem os Homens durões.
Mais afeminados são esses durões.

Poesia é como saltar do penhasco,
Nunca saberemos se irá doer até que cheguemos ao chão, é preciso sentir para entender o que a poesia nos diz.

O que o poeta nos fala é o segredo do universo,
Só que pessoas com posturas conservadoras tampam os ouvidos para os segredos.

Quem nunca procurou um poeta dentro de si?
Nunca procurei o meu,
Ele sempre esteve comigo e sempre estará.

Agora soldados da insensibilidade tentam matar o poeta e a poesia.
Poesia é fechar os olhos e andar na corda bamba,
Nunca se sabe onde o pé vai pisar cada vez que se der um passo, é preciso sentir para entender o que a poesia nos diz.
Quando entendemos e escrevemos poesia,
Somos transformados em seus escravos e não há mais como viver sem a poesia.

Faço poesia como quem derruba um prédio com as mãos
Ou como que planta uma árvore no meio do terreno baldio.

A poesia é para o mundo; para o Homem; mulher e todo ser que vive sobre a Terra e debaixo e em cima dela,
Mesmo que homens durões digam que não!

O poeta é o capanga da poesia,
Ele morre e mata por ela,
Ele é leal à poesia como Álvares de Campos era leal a Tabacaria do outro lado da rua.

A poesia não morre,
A boca do poeta pode até calar,
Mas nunca a poesia.
O poeta não vale nada o que vale é a sua poesia.
A eterna poesia.

Diogo Ramalho

Nenhum comentário: