sexta-feira, 19 de abril de 2013

Pressionando e salvando




Venho tentando pisar em chão cada vez mais sólido,
Mas as vésperas de quebrar correntes me vejo tenso,
Relaxar, sair de mim, pensar em vôos mais distantes.
Romper a fronteira entre o eu e o meu senso ético e moral,
Uma aberração do sistema imposto há séculos memoráveis,
Esbarrando em conversas conservadoras e inviáveis.

Desenhos formados por minhas retinas,
Depois de uma longa observação no teto,
Como se fossem respostas construídas
Com base nas minhas escolhas nem sempre bem feitas.
O que vive permanece entre a gente,
E o que aconteceu está feito
Sem alterações e sem direito a segunda chance.
Convencido a mentir por outros que ficaram para trás
Sem perceber o quanto isso me faz relapso,
Um rejeitado cheio de coisas para contar.
Abandonando castelos e fortes para se arriscar
Em aventuras efêmeras e complexas demais
Para se encontrar alguma razão.

Cobrem os olhos os cacheados cabelos novos,
Uma cegueira voluntária e aterrorizante,
Reforçada por interpretações ambíguas
E às vezes até errônea.
Faltam provas concretas do valor das pedras douradas,
Nem tudo que brilha é valioso.

Levantei meus olhos para o monte e de lá não me veio nenhum socorro,
Sentinelas guardam a fronte da casa em que penso ficar,
Em todo caminho existem pedras,
Nada que um chute ou um golpe de sorte não resolvam.
Mudar os rumos,
Encontros do acaso,
Sentimentos escassos
Por pessoas desprezíveis.

O santo que mora na minha rua desistiu de fazer milagres,
Sempre desacreditado de seus dons,
Mostrando-me caminhos ao qual eu já estava predestinado
A trilhar sem propósito certo.
Nada para mudar,
Nada para alterar,
Apenas objetivos a se definir
E percorrer o caminho que não sei ao certo onde
É o fim.

Diogo Ramalho

Nenhum comentário: