terça-feira, 16 de julho de 2013

Xô, Deus!



Não enxergam o quanto sou ruim,
Tenho em mim a necessidade do mal,
De destruir, distorcer e subverter essa hipócrita ordem cristã.

Não percebem meu sorriso maléfico?
Apossei-me de forma leviana de um espírito mal que vagava por aí,
Somos um só,
Complemento de uma maldade que em mim não havia,
E como me sinto poderoso,
Cheio de uma energia que vibra por todo meu nefasto ser.

Empatia não há mais,
Respeito não há mais,
Bondade não há mais,
Há apenas ambição e a necessidade de uma dominação coletiva.

O bom moço enganou a todos,
Todos esperando gentilezas e agrados,
Recebem apenas raiva e arrogância,
Todos sorrindo falsamente,
Todos cheios de terror e apreensão.

Vejam,
O monstro que o mundo criou,
Sentimentalidade excessiva só traz dor,
Vamos colocar o dedo,
Vamos colocar o dedo,
Vamos colocar o dedo e apertar com força o emotivo alheio.

Minhas feridas não ficam mais expostas
E o verdadeiro eu foi blindado por uma grossa camada de maldade,
Não há espada de amor
Ou salvação que tire de mim o ruim,
Foi à dádiva dada somente a mim
E não saberei viver se não for dessa forma.

Mal, mal, porque o mundo é assim,
Bondade só gera engodo e sentimentos que não faço questão de sentir.
Procuro o fim,
Procuro o fim,
Nada mais me interessa só esse maravilhoso e esplêndido sentimento ruim
Que furioso e virulento toma conta de mim.


Diogo Ramalho


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