quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

As sombras



Conto aos meus amigos,
Sobre tudo que posso ver,
Tenho tempo e um drink,
Tenho tempo e histórias.

Basta sentar-se e esperar,
Não cairão novidades do céu,
Não haverá amor sem entrega.

Não há para onde ir
E mesmo assim todos tentarão fugir.

Porque todo mundo precisa tomar uma posição
E não haverá tempo de escolher quando for tarde demais.

Minha mente está no escuro,
As trevas não me deixam ver,
O mundo coberto de sombras,
Um mundo que não me deixa amar,
Não se encontra o amor nas sombras,
Escondendo afeto de mim e de você.

Amanhã a vida será um pouco menos interessante
E não haverá passeios pelo campo,
E sempre teremos uma lágrima para derramar.
A vontade de se libertar dependera do tamanho de sua coragem para romper as correntes
E se soltar de sua cela.

O mundo coberto de sombras,
Um amor que não se compra,
A vida toda cercada de sombras,
Da felicidade que nunca veio.

Aos meus amigos não interessam histórias,
Todos acreditando apenas no que conseguem ver.
Tempo que voa
Álcool que entorpece,
Tempo apenas para afetos ligeiramente efêmeros.

Sem amores,
Um cara solitário a se enganar,
Não há mais tempo para o amor,
E acomodados choram baixo,
Para ninguém ver ou ouvir.

Sem ter para onde ir,
Eu vejo o tempo se perder
E pessoas confusas.

As trevas nos cercam,
O mundo coberto de sombras,
Cegos pela escuridão dos que não amam,

Hoje palavra fácil,
Mas voa apenas quem vê a luz que desafia as sombras
E não haverá mais sombras
E cessarão as guerras,
Momento de uma nova era,
As bestas longe do sentir.

Sem sombras,
Sem sobras.




Diogo Ramalho

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