sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Velho rabugento




Quando nasci não me disseram tudo que iria acontecer,
Era tudo belo e simples,
Tudo era surpreendente para mim,
Mais aí cresci e tudo foi ficando sem graça
E cheio de problemas, ruim.

Hoje sou velho
E não gosto do que sou,
Um velho rabugento que depois de adulto nunca sonhou.
Podado pelas pessoas sem coração,
Adultos frustrados invejando os sonhos alheios,
Boicotando os desejos do outros por não conseguirem mais sonhar.

A casa hoje vazia,
Já foi cheia e alegre,
Mas todos se foram,
Sobrando apenas eu,
O velho rabugento.

Minha vida é de lembranças
E tenho a esperança de que tudo vai mudar,
Netos e bisnetos invadirão minha vida.

Mas hoje sozinho,
Remôo o meu passado.
O tempo me fez pensar,
Tudo que perdi,
E tudo que evitei ganhar.

Resmungos
E maus modos,
Sou o velho que fura a bola,
Só de raiva.

Não serei bom para o mundo que não foi tão bom
E repasso minha herança em versos desaforados,
Conversas que evito
E futuros que atrapalho.

Sou o velho rabugento,
Rabugento!!!

Mantenha-se fora de minha propriedade!



Diogo Ramalho

Nenhum comentário: