quinta-feira, 3 de outubro de 2013

As revelações de Locke



Paredes lindamente decoradas,
Dá destaque as frases sujas feitas com bosta,
O cheiro fétido insulta o olfato
Como as frases insultam os olhos,
O Ego,
A alma.

Lenços unidos,
Formando a corrente que me tirará desse horror,
Tudo ao redor alegre,
Tudo de uma forma estranha,
Uma inversão do que se faz e do que se fez.

Visão embaçada faz com que as pessoas não vejam no que a humanidade se transformou.
Relações baseadas em vai e vem,
Somos fortes,
Mas o ódio parece que vai vencer.

Esqueçam não existo mais,
Esqueçam não somos tão especiais.

O pé vacila e está próxima a hora de se desligar,
Os olhos se viram
E já é difícil respirar.

Ar, Ar, Ar...

Falta ar, falta vida, falta amor...

Não sou o primeiro nem o ultimo que se entregou.

A parede linda tem uma catinga sem fim,
Apenas aos olhos é admirável,
Cheira...

Não pense,
Nem se arrependa,
Não queira melhorar...

Não queira!

Ouçam a velha canção,
Caos acompanhado de mentiras midiáticas,
Ouçam...

As vértebras cervicais se rompem.
Ar, ar ,ar...
Secção da medula espinhal,
Já não sinto nada,
Anestesia total,
O ar não entra
E o que está dentro sai...

Corpo sem sentido,
Mundo sem sentido,
Apegado e brigando por bobagens.

Escute,
Ar...
Escute...
Falta ar.

Corpo,
Buraco,
Terra na cara.
E o outro lado não é nada do que se esperava.


Diogo Ramalho





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