Ao ver mais um dia nascer,
Percebo que tudo será igual ao dia que passou,
Pessoas boas dominadas por pessoas más.
Desejam apenas um final tranqüilo,
Onde haverá sossego
E seus esforços serão recompensados.
Mais o sonho se tornou algo distante,
No instante em que fugi do mercador de almas,
Aquele que nos fez duvidar da vida,
Poucos questionaram,
Fomos jogados no limbo,
Sem direito a existir.
Por não pedir desculpas,
Por não agradecer,
Por não aceitar ser um servo.
Não há vida em um cotidiano rápido,
Não vemos o passar do tempo,
Apenas trabalho, trabalho
E ao abrir os olhos numa manhã nublada
Estou velho.
Futuro?
Previsível,
Labuta diária,
Futuro?
Só se for amanhã...
Sem querer o pensar,
Pois a maioria não sabe como.
Sabendo que não há perspectiva,
Sem planos a longo prazo,
Vivendo agora,
Para pagar contas sem parar,
Sempre presos a dívidas que não precisamos
E consumir usando o dinheiro que não se tem.
O dia amanhece novamente e lá vem o mercador
Com suas grandes ofertas
E mais uma alma se perde
Ao se tornar uma pessoa economicamente ativa.
Diogo Ramalho
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