quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O olho que tudo vê

Na noite mais escura,
Tão escura que os vultos traiçoeiros não podiam ser vistos,
Tudo era simplesmente silêncio.
Mesmo assim “ele” morando do outro lado da cidade,
Acorda e tem a pior visão que sua mente podia produzir...
...sem saber o porquê de tudo aquilo ele vê no fundo de sua mente
Um amor e um amigo, se unido em um só entre sussurros e gemidos,
Ele acordado e ela do outro lado entregue alheia ao que ele vê.
Deitado no chão do quarto não entende como pode saber o que se passa
Em local distante, ele simplesmente sente, sabe e tenta não chorar.
Sempre soube de seu dom, sempre percebeu que era diferente,
Mas nunca quis usá-lo dessa forma.
Os vultos traiçoeiros se enlaçam em uma linda dança,
Ele tenta fechar os olhos, tenta não ver, tenta não enxergar o que sua mente mostra
Fechar os olhos é inútil,
Tudo está dentro de suas órbitas oculares.
Depois de um tempo o silêncio volta a reinar e nada mais pode ser visto,
As lágrimas secam e ele enfim pode encostar a cabeça no travesseiro e dormir.
Sem medo de acordar, pois ele sabe que tudo acabou.
Maldito seja o dia em que ele descobriu que poderia ver o que ninguém mais via.
Maldito foi o dia em que ele descobriu que ele era o olho que tudo vê.

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