terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Última morada

Já faz algum tempo que venho percebendo que ela está cada vez mais próxima,
Quando ela começou a se aproximar eu não havia prestado atenção em seus sinais.
Primeiro ela pegou estranhos que passeavam do lado de meu trabalho,
Depois que sai do emprego comecei a sentir que ela continuava atrás de mim,
Foi chegando de mansinho e sorrateira,
De repente ela pegou os companheiros de meus companheiros e assim foi perdendo o receio de me ter, de me pegar.
Foi atrás dos amores de meus companheiros e por fim só restou eu.
Não há mais desculpas nem de quem ir atrás,
Ela está no catarro de meus pulmões, na fumaça que invade minha mente, no álcool que corre em minhas veias, no sangue que se acumula e faz uma grande bola vermelha no canto do meu olho.
É ela está perto demais, posso sentir o seu cheiro e ouvir as vozes das infinitas almas me chamando.
Seu dedos cadavéricos abraçam meu corpo e minh'alma vai rompendo o casulo que foi sua ultima morada.
Avisem a todos meu companheiros, o inferno tem um novo hospede.
Diogo Ramalho

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