sábado, 1 de dezembro de 2012

Em verdade vós digo



Nas estranhas escolhas que fiz,
Minha solitude que me faz
Querer me afastar sempre
E cada vez mais.
Interação traz a dor
De me lembrar que
Compartilho o mundo com vermes
Que se chamam humanos
E que desgraçadamente são iguais a mim.
Em todos os espaços,
Todo tempo,
Sempre juntos,
Sempre uma mostra de afeição,
Mãos que se tocam,
Bocas que se beijam.
Sou aquele que observa o passar do tempo
Sem ter com quem construir minha fortaleza,
Sensação constante de vazio,
Sensação constante de solidão.
Maldito mundo que me priva
Dos prazeres destinados
Apenas aos ditos casais.
Prossegue minha saga,
Sem previsão de um final
Ou de momentos felizes,
Predestinado apenas ao prazer
Do sofrimento que atormenta a alma
Desse cansado poeta que vos fala.
Cansado de que?
Da vida...
Do amor...
Do mundo...
Do enorme fardo de viver...
Das pessoas que não sabem perceber
O diamante por sob a lama.
Sonhos não tenho mais,
Desejos?
Apenas as mais sombrias vontades
Procuro saciar.
No final não sobrará nada desse casulo
Sem amor,
Apenas os versos que ficarão espalhados
Aos que porventura queiram saber
O que sou,
O que fui
E como morri mesmo estando vivo.


Diogo Ramalho

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