terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Engodo

Quando foi a última vez que você encarou tua alma no espelho?
Quando foi que disparou um revolver sem balas?
Quando tu ouviu a voz de Deus?
A realidade é algo falho,
Acreditamos em coisas que morreram antes dos pais de nossos pais,
Vivemos várias vidas e não conseguimos viver todas de uma vez.
O que tu acredita,
O que tu aprendeu,
É tudo falso!
Nossa verdadeira historia não está escrita,
Nosso destino quem faz somos nós mesmo,
Estamos presos
A dogmas séculares pensamos ter quebrado parte dos grilhões que prendem nossos pés, Continuamos mentalmente presos.
Toda realidade é falsa,
Tudo mentira!
Você é uma mentira,
Todos a sua volta são fantoches de uma mentira maior.
Todos usamos máscaras.
Eu sou uma mentira assim como esse poema,
Enfim mentira vendida como verdade, Mas ainda sim mentira.
Diogo Ramalho

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Martini Bianco



Devaneando com um copo de Martini Bianco,
Com idéias febris em minha mente
E meu aparelho dentário machucando
A parte de dentro de minhas bochechas.
As filhas do Capitão Monteiro me fazem sonhar,
Me fazem querer morrer por dentro,
Me fazem querer me afogar no lindo Mar de Tina,
Mas o máximo que consigo é um copo de Martini Bianco,
É dia, na TV apenas Martina Navratilova em mais um set,
A ressaca me faz esquecer dos malditos canarinhos que cantam lá fora.
Malditos, servem apenas para aumentar minha dor de cabeça,
As idéias continuam febris,
Enquanto houver Martini Bianco e uma boa partida da Navratilova na TV, minhas idéias continuarão febris.
Até em certo dia não terei mais garrafas para secar, nem TV para assistir,
Assim como a saia branca esvoaçante de Martina Navratilova Não chamará mais atenção
E então outras coisas poderão prender minha atenção e irão deteriorar a mim e as minhas idéias e assim poderei fechar o ciclo como um falso orgasmo de uma puta nova.

Diogo Ramalho

Piratas urbanos


Piratas urbanos subam a bordo de minha nau de quatro rodas,
Conquistaremos terras e centros com nosso poder moderno.
Tenho em meu coração amores que me levaria as derrotas,
Não vejo propósito em minha dedicação e nem nas conseqüências.

Minha mente já não se culpa e não mede esforços para conseguir o que quer.
Quem me dera possuir o mundo de minha musa inspiradora,
Mas só o que tenho é um olhar terno e uma palavra de bem querer,
Não consigo conquistar outras terras, nem ilhas, nem tenho âncora

Para me firmar em um canto seguro,
Meu barco de rodas vai para um lado e para o outro
E aos poucos meus marujos perdem o controle.

Meu mar de asfalto já é pequeno e eu invado calçadas,
Sem destino e sem controle procuro o poste mais próximo
E nele entrego minha vida e peço uma cruz para enfeiar a cidade sem esquina.


Diogo Ramalho

Sonho, realidade, mentiras e verdades


No preto e branco de suas fotografias
Vejo meu mundo ruir como um castelo de areia,
Mas não me entristeço
Pois assim posso construir algo sólido,
Não quero vender-te sonhos
E sim dar-te o real de meu mundo.

O percurso longo foi feito rápido
E não trago nada de valioso na bolsa,
Apenas um colar de conchas nas mãos.
Quero ir ao norte e tomar-te em meus braços
E poder contar cada pintinha que tens no corpo.

Eu de punhos cerrados,
E pés no chão correrei mundo afora,
Quero teu sonho de donzela,
Quero teus pés de Cinderela,
Ser o rei dessas terras.
Serei eu o brinquedo em suas mãos de criança.

Fecharei meus olhos e fugirei do cerrado,
Irei de bom grado para onde me pedir,
Será você meu sonho sul-americano,
E minha vida contigo irar se tornar um livro de ficção.


Diogo Ramalho