Não há o inteiro,
Existo como fragmento,
A vida de um vaso que já foi derrubado tantas vezes que
não se contam mais os pedaços
Remendado sempre faltando um caco,
Grande,
Miúdo,
Sempre um pedaço por faltar.
Mosaico de tantas aventuras e desventuras
Que me fazem irremediavelmente o que sou!
Nunca inerte,
Sempre algo a contar,
Uma cicatriz que ainda sangra.
A capacidade de assustar muito maior que a de socializar.
Uma imagem em cada caco de espelho que se espalha pelo
chão,
Sou cada um deles...
Debaixo do sol,
Escondido da chuva,
Sentindo a brisa leve que acaricia meus cabelos,
A criança simplória que sonha em ser astronauta.
Ainda falta muito
Até que não sobre nada,
Muita cola e durepox ainda estão por vir.
Aos cuidados de um bom destino.
Diogo Ramalho