segunda-feira, 29 de abril de 2013

A queda da Santa Sé



Vamos embora?
Já passou da hora e há uma vida maravilhosa nos esperando lá fora.
Vamos...
Bem depressa,
O sol brilha e a humanidade está em festa,
Libertamos-nos da cruz,
Vimos a face oculta do vilão por baixo do capuz.
O opressor vestindo batina,
Subjugando povos e dizendo amém!
Retiramos o cristo da cruz para não poderem mais usá-lo,
Para não prosseguir  com a farsa.
Vamos embora...
Pois começamos a nos tornar livres
Sem a malévola  sombra da Santa Sé a pairar sobre nós.
Ninguém representa deus,
Ninguém precisa procurá-lo.
Somos todos deuses,
Relacionar é nossa forma de adoração.
Vamos embora, pois surge um mundo novo,
Apenas com fé,
Sem prédios...
Fé na situação,
Nas energias positivas,
Sem jurar obediência a um deus que nos escraviza.

Diogo Ramalho

Apresentação no aniversário de Brasília, 53 anos.


Rodoviária do Plano Piloto, dia 17/04/2013

Gravação feita por Everton Sudré.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Gigantesca



Mais um dia amanhece,
Cores e sons,
Ônibus a circular,
Carros aos montes.
Flores e árvores dando frutos,
Um novo dia acaba de chegar...
Grande!
Dia de continuar tudo,
Sempre escravos
Enquanto a iniciativa privada domina o mundo.
Amanhece e o que o mundo parece?
Amanhece...
Grande!
Grande merda!!!
Eu sou a fúria e a vingança de Jack,
Por um dia ensolarado.
Crianças brincam no parque,
Balões e sorvete em dose.
Nem todo algodão doce do mundo diminuiria minha amargura.

Diogo Ramalho

Dissipa



Afasta a névoa que envolve seu coração,
Estenda o braço
Me dê a mão.
Vamos esquecer os erros
Se entregar aos beijos,
Ao afeto sem dor.
Dissipa a névoa que atrapalha sua visão,
Abra os olhos
E me encare com ternura,
Lembre-se que somos imperfeitos
E a culpa também é sua,
Mas esqueçamos do passado,
Se nos preocuparmos com ele
Estaremos recomeçando errado.
Há perdão quando há amor,
Não duvide,
De forma desnecessária não se arrisque,
Não jogue a felicidade fora por conta de palpite.
Feche os ouvidos,
Já vi matarem e morrerem por causa de amigos,
Não sei e não entendo o porque,
Pois encontrar a felicidade depende apenas de você.

Os olhos da cobiça te rodeiam
E somente quando cai
Percebes as máscaras nas faces dos que te traem.
Alimentam sua vaidade,
Inflam o seu ego
E quando conquistam o desejado,
Vem monstros quebrarem suas pernas.

Afasta essa névoa e vem,
Deixa eu cuidar de você,
Ajudar a pisar em chão firme
E se um dia tropeçar
Poderei cair também,
Sempre terás um apoio para levantar-se
E não haverá choro,
Apenas força.
Não há escudo mais forte que o amor
E cabe a nos reforçarmos esse escudo,
E não haverá mais inimigos,
E não haverá mascarados.
Apenas nós,
Atados e unidos e uma só voz,
Sincronia.
Percebes?
Então afasta essa névoa e vem,
Me dá a mão!


Diogo Ramalho


quarta-feira, 24 de abril de 2013

A história se repete

Ele amava ela,
Mas ela amava outro que nem ligava.
Ela chorava,
Ele consolava
Enquanto o outro se declara:
- Sou gay!
Ela chora e tenta suicídio,
Ele que não achou isso nada divertido largou-a
E o destino lhe arrumou uma modelo.
O outro virou estilista de fama internacional fazendo roupa pra fora!

Diogo Ramalho

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Marcas


Tinha jeito de levada,
Com uma cara de moleca,
Seu corpo todo lindo
E meu mundo inteiro olhava pra ela.
Queria possuir sua alma,
O seu corpo abraçar.
Minhas mãos são assanhadas,
Mas você irá gostar.
Tanto te olhei
Que nem sei mais...
Vem,vem,vem...
Vaaaaiiiii....
Quero você bem mais...
Vem que podemos nos tornar gozos e gemidos
E baby isso seria demais!


Diogo Ramalho

Oras nada direis as estrelas




Na melancólica noite reflito
E fechava meus ouvidos às estrelas que falavam comigo,
Nada era maior que meus pensamentos naquele momento de reflexão.
Mãos percorrem meu corpo desnudo e puxam meus cabelos.

Minha boca vai de encontro a tua e os pensamentos
Dementes de uma mente reflexiva vão embora
E sou apenas um menino grande que não para de brincar,
Sou boneco nas tuas mãos.

As estrelas se calam e só observam,
Não há nada a dizer,
Corpos e pernas se enlaçam.

Bocas e mãos se confundem,
Somos um só, somos crianças,
Somos atrações para as estrelas, somos amantes.

Diogo Ramalho

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O dia em que escrevi um poema para você




Se eu não posso,
Então não faço nada que embarace...
Se sou sonhos,
Acordo para realidade, pois o ato de sonhar pode ser enganoso.
Eu sinto,
Eu sei,
Você sente?
Talvez...
Não tenho esperanças de um dia ser rei,
Monarca de seu coração inquieto
E amado por seu espírito livre.

Se eu não posso,
Não pego...
Se não posso,
Finjo que não sinto,
Mas sempre estarei aqui para quando precisar,
Sempre para o bem,
Sempre por perto.
É a lealdade dos que amam a presença,
Aqueles que sabem amar o individuo,
Amor puro,
Sem carne.
Apenas por opção.
Não há nada complicado,
Encontrar o equilíbrio de um sentimento compartilhado,
Acostumei-me a dividir-me em dois,
O que sente e o que mente para mim mesmo.

Não me atrevo a exprimir
O que passa aqui dentro,
Só o que tenho a oferecer é um amor simples e sincero
E para quem ama tão profundamente falta dinheiro
E sanidade.

São loucos os que falam de amor,
São loucos os que pensam em amar,
São assustadores quando se entregam...
Pois esses loucos não temem o que há dentro de si,
Não o rejeitam
E assim se doam,
Fugindo do significado moderno do que é o amor,
Falar o que é sentir,
Falar para sentir,
Não para abrir pernas,
Não para acertar o coração da pessoa certa.
Ela aparece, eu vejo e o coração derretido
No peito aperta.
Sentir,
Tão importante quanto respirar!


Diogo Ramalho

Pressionando e salvando




Venho tentando pisar em chão cada vez mais sólido,
Mas as vésperas de quebrar correntes me vejo tenso,
Relaxar, sair de mim, pensar em vôos mais distantes.
Romper a fronteira entre o eu e o meu senso ético e moral,
Uma aberração do sistema imposto há séculos memoráveis,
Esbarrando em conversas conservadoras e inviáveis.

Desenhos formados por minhas retinas,
Depois de uma longa observação no teto,
Como se fossem respostas construídas
Com base nas minhas escolhas nem sempre bem feitas.
O que vive permanece entre a gente,
E o que aconteceu está feito
Sem alterações e sem direito a segunda chance.
Convencido a mentir por outros que ficaram para trás
Sem perceber o quanto isso me faz relapso,
Um rejeitado cheio de coisas para contar.
Abandonando castelos e fortes para se arriscar
Em aventuras efêmeras e complexas demais
Para se encontrar alguma razão.

Cobrem os olhos os cacheados cabelos novos,
Uma cegueira voluntária e aterrorizante,
Reforçada por interpretações ambíguas
E às vezes até errônea.
Faltam provas concretas do valor das pedras douradas,
Nem tudo que brilha é valioso.

Levantei meus olhos para o monte e de lá não me veio nenhum socorro,
Sentinelas guardam a fronte da casa em que penso ficar,
Em todo caminho existem pedras,
Nada que um chute ou um golpe de sorte não resolvam.
Mudar os rumos,
Encontros do acaso,
Sentimentos escassos
Por pessoas desprezíveis.

O santo que mora na minha rua desistiu de fazer milagres,
Sempre desacreditado de seus dons,
Mostrando-me caminhos ao qual eu já estava predestinado
A trilhar sem propósito certo.
Nada para mudar,
Nada para alterar,
Apenas objetivos a se definir
E percorrer o caminho que não sei ao certo onde
É o fim.

Diogo Ramalho

terça-feira, 16 de abril de 2013

O pior dos três




Talvez dos três grandes amores que passaram na sua vida
O que te fez sofrer ainda lhe faz suspirar,
O amor bandido que marca com suas garras
E faz querer-lo por não ter sido subjugado,
Suprimindo reações externas.
Os olhos não negam,
Um brilho radiante aparece quando de longe o enxerga.
Sentes falta da dor,
Da incerteza se ele vem,
Do inevitável mau humor.
Esse era o amor imprevisível do qual tanto me falavas?
A imprevisibilidade de hoje ser objeto de amor,
Amanhã de desprezo
E depois disso não se saber o que pode acontecer.

Talvez dos seus três grandes pretendentes
O melhor é o que não lhe ofereceu felicidade
E sim um futuro de angustia, um avental
E um lugar reservado na mesa da cozinha,
Depois do almoço cuidar das crianças
E se tiver um tempo vago olhar a sogra ordinária que te detesta.
O amor não se tira na sorte,
Uni, duni, tê...
Salameminguê o escolhido foi você!

Dos três o que te faz suspirar é o único que não faz questão de te amar,
O que te vê apenas como mais um coito,
Uma metida divertida,
Alguém que dá para comer e conversar.
Bela escolha!
A indiferença no lugar da dedicação...
Bela escolha!
Sentimento apenas em um coração...
Bela escolha!
Mereces o mau que passas...
Tudo por conta de suas belas escolhas,
Que pena...
Mais uma mulher infeliz que futuramente irá recorrer a Maria da Penha!
Bela escolha!


Diogo Ramalho

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Devasso




Não sejamos somente amor,
Sejamos devassos,
Não quero ser como meus pais,
Ou como minhas tias velhas e solteironas.

Seremos devassos e sem vergonhas,
Como nunca sonharam nossos pais serem,
Sejamos todos vontades e desejos saciados,
Principalmente devassos.

Tua pele alva em cima do meu tecido epitelial,
E a luz do sol batendo na janela mostrando
Que a noite acabou.

Mas o dia também e dos amantes
E também há devassidão durante o dia.
Podemos voltar para cama.

Diogo Ramalho

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Se dirigir, não caia no espelho d'água!


Como ele conseguiu eu não sei, mas ele conseguiu!!!

Luz Elétrica




Há algum tempo a luz do velho poste de fronte a minha casa não se acende mais.
Quem dera que todos os postes da cidade se apagassem.
Mas quando falta energia o descontentamento é geral,
Sendo o blecaute demorado,
As pessoas começam a interagir umas com as outras, aí então a luz volta estragando tudo,
As pessoas param de conversar, de interagir e fazem um grande coro de comemoração...
E se um dia acabasse toda luz elétrica, assim como a do velho poste?
Queria experimentar ao menos uma noite inteira
Sem luz elétrica,
Sem TV,
Sem internet,
Com certeza haveria suicídios por conta do capitulo perdido da novela das oito,
Mas haveria um bem maior,
Ao menos uma noite em nossas vidas esqueceríamos toda essa energia e seriamos mais humanos,
Estou pensado em queimar o transformador do poste de minha rua.

Diogo Ramalho

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Rebelião




As ações humanas não fazem sentido,
Apenas os imbecis acham que tudo é diversão
Não há nada que nos alimente muito menos pão
E a barriga assustada reclama com um ruído.

É o principio de um fim involuntário
Onde somos atacados por um Estado ladrão
Senhores que vêem no dinheiro a redenção,
Todos cheios de grana e de espírito vazio.

Tema a realidade complexa,
Onde os pseudos-controladores
São nada mais nada menos do que peões.

Ouça o som que vem de dentro
Pedindo a rebelião
Derrubando as autoridades que exigem perdão.


Diogo Ramalho

Árvores de sangue




Árvores de sangue,
Que prendem almas em suas raízes,
Que guardam corpos em seu caule
E sussurra segredos ao bater o vento nas folhas
Que não caem no outono.
Árvores que me chama, que me implora,
Para que eu cave sua base
E encontre dentro do seu íntimo
O segredo que liberta todas as almas presas,
Segredo esse que morre com quem desenterra
A seiva de ouro,
Encontrando com a morte o segredo de outra vida
Que não era a sua,
Mais que uma árvore tratou de transformar em algo uno,
Árvores de sangue que me expulsa de meu lugar,
Onde tantas vezes pensei em ser algo
Hoje me vejo distante de tudo
E mais perto da morte.

Diogo Ramalho

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Um dia pra se chamar de perfeito




O céu perfeito,
A brisa leve e suave bate no peito,
O calor ameno me mostra que estou vivo.
Grama sob os pés
Algazarras de crianças chegam-me aos ouvidos.
Cães passeiam com seus donos imbecis
Enamorados se protegem na sombra das grandes árvores que nos rodeia.
Sensação de domingo,
Preocupado com nada,
Apenas com meu umbigo,
Levemente deprimido,
Mas o dia está perfeito
E desse jeito vou ficando satisfeito.
Sem preocupação com amor,
Sem preocupação com grana,
Sem preocupação...
Voa a borboleta perseguida por um idiota colecionador,
Mata o belo bater de asas,
Enquanto o sol nos proporciona um dia perfeito.
Nada tranqüilo o senhor aposentado,
Mas um idiota em seu barco torna a prática do nado algo arriscado,
Enquanto o sol nos proporciona um dia perfeito.
Um poeta abriu seu coração uma única mosquinha escutou seus lamentos.
Todos cheios de glórias, nenhum pingo de defeito,
Enquanto isso o sol nos proporciona um dia perfeito.
Quem nos dera ouvir a verdade sair da boca humana,
O que se ouve são vazias promessas de um futuro incerto,
Mais o dia continua perfeito...
Nuvens cobrem o sol,
Carregadas elas estão...
Uma tempestade se anuncia
E todos que estão curtindo o seu dia perfeito se escondem das lágrimas que caem.
Um poeta parado apenas observa
Enquanto a água lhe encharca o corpo
E lava a alma.
Agora sim o dia pode se chamar de perfeito!


Diogo Ramalho

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Tristeza é...





Triste é se enganar e ter consciência disso,
Triste é insistir em um envolvimento em que apenas um sente.
Triste é ir embora sem ter o que deixar para trás,
Lembranças,
Afetos.
Triste é ter mais do que precisa e não saber o que fazer,
Apenas reclamar.
Uma vida sem compartilhar,
Apenas cutucadas e ironias para cultivar relações que não temos.
Triste é tentar e acabar fazendo tudo errado,
Mas tentar é saber que nada está acabado.
A tristeza profunda é ter um coração arruinado,
Com as certezas de que nada mais sairá como esperado,
Mesmo não estando prontos,
É a beleza do incerto,
Do futuro sendo construindo pelas bases que você alicerça.
Triste é ter um coração enamorado
E perceber que o destino não deixará
Que sua musa,
O seu objeto amado não será conquistado,
Ela já tem no peito uma paixão
E não é você o alvo.
Tristeza é colocar sentimentos em primeiro lugar,
Equilíbrio é preciso
Um ser bem resolvido no emocional e na razão.
Força!
Triste é não ver o mundo que vivemos,
Tristeza mata,
Definha aos poucos,
Envenena o coração.
Força,
Pois querem que sucumba
E todo mundo olha feio pra quem fala em sentir,
Viver é não poupar o coração de tudo que possa emocionalmente existir.
Força...
A tristeza é uma forca que se aperta lentamente enquanto o pulmão se priva de ar.


Diogo Ramalho

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Mosca matou o grilo




Há homens pelo mundo que se matariam pelas mais idiotas coisas,
Eu me considero um poeta bem menos idiota que os habituais suicidas.
Não daria cabo de minha vida por putas reles ou Madames embonecadas,
Muito menos por amores juvenis por mais que estes machuquem o coração.
Tenho um mundo de oportunidades mil há frente,
Marcho em linha reta,
Mandando meus problemas para perto de todas as minhas desilusões.
Reto,
Reto...
Sigo tortuosamente minha vidinha mais ou menos,
Sempre levantando e sacudindo a poeira dos ossos.
Maldita dedicação inútil,
Fazendo o bem para não sei quem...
Estranha abdução,
Seres humanos e suas constantes insatisfações.
Enquanto isso...
Há homens pelo mundo que se matariam pelas coisas mais idiotas,
Minha consciência é uma Mosquinha mais esperta que o inseto do boneco de pau.
Eu não daria cabo de minha vida por coisas pequenas
E me considero um poeta bem menos idiota que os habituais suicidas.


Diogo Ramalho