quarta-feira, 27 de março de 2013

Dark cinderela




Meu coração palpita acelerado quando ela fica do meu lado,
Simples assim, sem mão na mão, sem toques.
Meu corpo enche-se de uma energia boa quando ela sorri
E abre os braços me envolvendo em um caloroso abraço,
Meus versos se enchem de inspiração quando ela como uma dark cinderela
Procura seu sapatinho de cristal perdido entre meus garranchos poéticos.
Ela chega e eu desarmo,
Sou apenas atenção,
Seus gestos,
Suas idéias,
Sua incrível capacidade de me dá motivação.
Ele palpita,
Recita!
Incita o dom de escrever-te,
Somente para ti.
Musa de um universo fictício,
Universo em constante conflito com a realidade controversa,
Onde se dá bem o conveniente,
Enquanto meu coração ligeiramente carente palpita insistente
Por conta da presença imponente da minha mais bela motivação poética
E escreverei só para ela.
Pois quando estou nas trevas,
O que vem trazendo luz e me resgata
E a força, a beleza e o sorriso dela!


Diogo Ramalho

segunda-feira, 25 de março de 2013

Grayskull


Não sou tão forte quanto vês,
Uma palavra rude ou um olhar de esguelha
Pode ferir-me.
Muitas pessoas felizes ao meu redor
Pode deixar-me triste
Pois não tenho porque sorrir.
Talvez se eu desistisse de construir
E passasse a destruir os muros que me impedem de andar.


Todo dia é igual ao que passou,
Já não tenho medo,
Mas me perdi
E tenho receio de descobrir que tudo que fiz não valeu de nada
Obra sem base não se sustenta
E a falta de objetivos faz de meus atos
Um proceder vazio.
Não sou feliz como pensas
E também não sou tão querido,
Apenas tento ser sociável
E levemente divertido.
Sem apreço,
Amigos são poucos
E viver com idiotas...
Não mereço,
Não mereço.

O sorriso largo esconde um amor reprimido,
Um ódio contido
E uma aversão as pessoas que gostam de se ver como autoridade,
Mesmo que não sejam nada!

Pode até parecer,
Mas não sou tão forte
E o convívio social me incomoda
Como a pedra que entra no sapato apertado.
Incomoda...


Diogo Ramalho

sexta-feira, 22 de março de 2013

O olhar do mal




Os olhos do mal espreitam os passos dos homens de bem,
Esperando que suas almas vacilem
Para que possam seduzi-las com promessas de riquezas e poder.
Aguçam a cobiça dos homens para que briguem entre si
E desunidos o mal poderá devorar a alma de cada um.
Vários se corrompem,
Maior é o número de guerreiros que lutam  pela liberdade de toda criatura viva,
Mesmo dos covardes.
O bem será surrado,
Quase destruído
A fé dos homens abalada,
Mas já é predestinado
E isso nunca será alterado.
O bem sempre vence
Mesmo que a vitoria não pareça certa.
A arrogância do inimigo e a certeza da derrocada do bem
Será a derrota do espírito maléfico que tenta cobrir de sombras todo o mundo.
Desesperado os homens escavam coragem e força do fundo de suas almas
E quando esgotado o soldado preparado pensa:
Minha vida por uma causa maior,
Não posso parar, não devo parar.
Com insistência e determinação o bem à de ganhar enquanto o mal se desfaz em chamas.
Labaredas!


Diogo Ramalho

quarta-feira, 20 de março de 2013

S/N-S/D




Turbulência mental,
O perigo a espreita em cada pensamento,
Veneno misturado com saliva
E as lágrimas que rolam em teu rosto me satisfaz,
Há uma mutação de sentimentos e o que outrora
Eram flores agora
É um vasto deserto coberto por uma fina camada de sal.
Dar-te-ei o beijo da morte e poderás ir tranqüila
Repousar eternamente,
Agora que sabes que minha mente
Se comporta de maneira complexa
Podes tentar lutar contra esse mal irremediável,
Mas não terás sucesso e assim que tu
Se retirar de teu casulo,
Prepararei meu corpo
Para abraçar o nada e voar de encontro ao teu espectro.
Silêncio! Sirenes, passos, vozes, gente,
E meu corpo exposto como um belo quadro surreal.

Diogo Ramalho

segunda-feira, 18 de março de 2013

Metrópole




Faço poesia como quem desbrava florestas
Ou pede esmola nas esquinas das grandes cidades,
A poesia é tudo e ao mesmo tempo nada,
Ela fala de tudo e ao mesmo tempo não fala de nada.

E o poeta é a personificação dos sentimentos humanos,
Poesia é para todos e não só para mulheres e afeminados, como dizem os Homens durões.
Mais afeminados são esses durões.

Poesia é como saltar do penhasco,
Nunca saberemos se irá doer até que cheguemos ao chão, é preciso sentir para entender o que a poesia nos diz.

O que o poeta nos fala é o segredo do universo,
Só que pessoas com posturas conservadoras tampam os ouvidos para os segredos.

Quem nunca procurou um poeta dentro de si?
Nunca procurei o meu,
Ele sempre esteve comigo e sempre estará.

Agora soldados da insensibilidade tentam matar o poeta e a poesia.
Poesia é fechar os olhos e andar na corda bamba,
Nunca se sabe onde o pé vai pisar cada vez que se der um passo, é preciso sentir para entender o que a poesia nos diz.
Quando entendemos e escrevemos poesia,
Somos transformados em seus escravos e não há mais como viver sem a poesia.

Faço poesia como quem derruba um prédio com as mãos
Ou como que planta uma árvore no meio do terreno baldio.

A poesia é para o mundo; para o Homem; mulher e todo ser que vive sobre a Terra e debaixo e em cima dela,
Mesmo que homens durões digam que não!

O poeta é o capanga da poesia,
Ele morre e mata por ela,
Ele é leal à poesia como Álvares de Campos era leal a Tabacaria do outro lado da rua.

A poesia não morre,
A boca do poeta pode até calar,
Mas nunca a poesia.
O poeta não vale nada o que vale é a sua poesia.
A eterna poesia.

Diogo Ramalho

Entrevista Radicais Livres S/A - Dia Nacional da Poesia, programa Espaço Arte


No dia 14 de Março, a poesia de Diogo Ramalho e de Vinicius Borba invade as ondas do rádio.


https://soundcloud.com/user176441429/entrevista-radicais-livres-s-a

sexta-feira, 15 de março de 2013

Levante e veja a gloriosa estrela





Levante para ver o brilho da estrela solitária entrar em campo,
Sob o coro da torcida que não cala.
Protegidos por Mané e pelos latidos de biriba
Ter o sangue alvinegro é amor e não sina.
Maravilha é ver meu fogão jogar,
Torcer e a cada gol vibrar
E rouco eu não paro de gritar de paixão
Pelo meu time,
O que cedeu mais guerreiros a seleção,
E não duvide quando alguém lhe disser
Que nosso time não há de perder,
Perder pra ninguém.


Diogo Ramalho

quinta-feira, 14 de março de 2013

O caos está a planar



A Europa está falindo eu vi na televisão,
Terceiro mundo não existe,
Agora é a salvação.
Miragem e riquezas em terras tropicais,
Todo dinheiro é bem vindo,
Dos mestiços e dos orientais.
Quem diria a América está em crise
E o europeu de barriga vazia...
Olha só quem diria,
Eles agora abraçam quem antes nem queriam.

Empresários predatórios cruzam a linha do equador
Com dinheiro e especulação,
Corrompem o estado
E derrubam mais uma nação.
Malditos senhores que trazem a peste,
Gafanhotos sedentos que trazem a fome,
Demônios ferozes que trazem as guerras,
Figura esquálida que traz a morte!

Tudo por patrimônio,
Bandidos sem pátrias,
Exibindo o espetáculo da escolha do Papa argentino
Enquanto o câncer econômico se espalha por todo velho continente,
Tentando fazer com que o resto do mundo não veja.

Diogo Ramalho

terça-feira, 12 de março de 2013

Guerreiros de uma nova situação




Sangra no chão o maldito traidor,
Aquele que nos delatou ao invasor,
Estragando nossos planos,
Nossa revolução!

Chega de ver o povo,
Pagando pau,
Babando ovo
De babacas que de terno e gravata
Tentam nos dominar,
Com suas regras e suas leis.

Lá fora já se escutam os tiros,
Os gritos de uma gente descontente,
Não haverá perdão para quem compactuar com o inimigo.

Agora é força,
Nada de eleição,
Não quero mais ficar calado ser governado por ladrões
Que rouba do povo e tolhe novas gerações.

Sangrando no chão o traidor ainda respira,
Sofrer é o castigo por entregar
Os rebeldes de um país que ressuscita
Pelas mãos de seus verdadeiros donos.

O poder é do povo,
Não se pode ser governado por tolos.
Sangre como um maldito porco abatido,
Sangra maldito...
Pois antes do seu ultimo suspiro
Os guerreiros de um novo mundo terão vencido.

Diogo Ramalho

segunda-feira, 11 de março de 2013

Dialogo de conto e poesia




O fim...
Mas digo no fim mesmo,
Quando só resta no peito tristeza e um amor frustrado,
A despedida é apenas pelos olhos úmidos que se encontram
E logo se afastam...
A rua que vazia era uma extensão da felicidade que reinava
Com cachorros fazendo algazarras.
Hoje é apenas silenciosa e vazia como meu coração.
O que precisa ser apagado não são os números e muito menos os sms,
É preciso apagar a saudade, a devoção e a estranha necessidade de querer te por perto.
Os presentes que dei...fique com todos.
Quero apenas meu coração de volta,
Sem marcas,
Nem cicatrizes.
Sonho com rompimento sem dor.
Coitado!
Minhas memórias me enganam,
Despedaçam o meu espírito,
Maculam minha alma,
Meu peito dói constantemente
E você não está aqui para fazer tudo isso cessar,
Mesmo se tivesse,
Esse poder já não lhe pertence,
Pois o rancor gera raízes profundas.
O amor deu lugar à fuga desordenada,
Álcool ou algo que engana,
Entorpece...
Preencher o que me foi tirado mesmo que por poucos segundos.
Busca, busca, busca...
E só me sinto vazio, triste e cheio de feridas que teimam em não cicatrizar.
Será se você percebe minhas frases feitas e
Meus alfinetes pronto para te cutucar?
Nos finais de semana me suicido,
Para ressuscitar nas segundas amargas
Arrastar-me por entre pessoas que se julgam melhores.
Assim segue a vida,
Cambaleando na corda bamba,
Como meu juízo
E vivo como se a dor da perda fosse eterna. É?
Ambos estamos livres, Para escolher e viver as conseqüências de nossas escolhas,
Sendo felizes enquanto o resto sofre,
E o amor no peito morre.

Diogo Ramalho

sexta-feira, 8 de março de 2013

Sandino



Minha vida tem dado voltas constantes,

Sobrevivo a cada volta,

Mas um dia ela irá parar de girar e poderei colocar meus pés em terra firme.

Eu que tantas vezes me transformei em dois para ser o melhor,

Hoje me vejo caído em uma sarjeta

Onde cães imundos tentam matar a sede em minha saliva que escorre pelo canto da boca.

Sem esforçar-me apenas aviso: Não cheguem perto!

Ao aproximar-se, 

Meu ódio me possibilita erguer-me

E com a força do meu lado negro estrangulo os inúteis animais que me rodeavam.

Foda-se os direitos dos animais...

Os que observam a cena apenas comentam:

Ele está louco!

Ele sempre tão quieto!

Explosão do ódio reprimido,

Bater ao invés de se desculpar.

Chega ao fim a boa educação,

O rapaz comportado,

O sorriso largo.

Toma seu lugar a indignação

A raiva e a revolta

Que ele insiste em mostrar ao outros que nada enxergam.

O mundo que se prepare para a terrível vingança do famigerado

Sandino o perturbador de nações.


Diogo Ramalho

Levante e mute




Estamos todos perdidos,
Afogados em um mar de conhecimento
Sem uma gota de sabedoria.
Perdidos...
Sem saber aonde andar,
Acomodados no sofá.
Levante!
Parado assim nada vai mudar.
Levante!
Quebre as correntes que não consegue enxergar.
Levante!
O destino de um povo não é obedecer.
Controlam o que você veste, ouve, vê,
De pé enxergamos melhor.
Cercado de seres que desconhecem o que é ético,
Ando torto tentando tornar-me um cidadão.
Aquele que sabe admirar as coisas e sua beleza,
Mas quando contrariado cospe na cara e quebra a mesa.
Para se rebelar e acabar com esse sistema maléfico
Eis que surge da lama o Cidadão poético!

Diogo Ramalho

E eu te falo como é

Seu amor sacia minha fome de aventura,
É tudo fácil, belo
E conviver em grupo se torna algo menos penoso.
Seu amor sacia minha necessidade de pecar,
Porque contigo sou todo e apenas pecado,
Senhor supremo da luxúria.

Não há inspiração, senão você
Que personifica meus versos,
Que me faz reatar o elo
Com o sentimental que há em mim.

Seu amor sacia minhas vontades
E só sei que é de verdade
Porque consigo amar primeiro a mim,
Que me sinto bem e completo quando conectado a você.

Diogo Ramalho

quarta-feira, 6 de março de 2013

As aventuras de Dumbo




Uma breve caminhada,
Um telefone público
E um coração palpitando
Em ritmo cada vez mais acelerado,
Uma rápida olhada no papel de pão riscado a caneta
E o indicador começa o serviço,
Operadora, código da cidade, número do telefone.
No Brasil existe burocracia até para dizer alô!
Silêncio e um toque, silêncio e outro toque,
Silêncio, um barulhinho bem baixinho ao fundo.
Será alguém?
Será um alô?
Na dúvida pergunto.
Alô... Alô... Alô?
Uma voz suave e doce responde
Depois da formalidade das apresentações
E o espanto, do lado de lá.
Do lado de cá,
Timidez, alegria, um coração transbordando
Em sentimentos misturados.
Conversa vai, conversa vem,
E versos embelezam os cabos de fibra óptica da operadora local.
No fim, agradecimentos, palavras de carinho de lá e de cá.
Despedidas, um tchau.
O caminho de volta tem um sabor de dever cumprido,
Com um gostinho de conquista e uma pitada de flerte,
Mas no fundo é algo como um bem querer.
A rua de minha casa está deserta e a desço com um sorriso
Estampado no rosto,
O vento gelado bate e não sinto frio,
Um carro buzina pedindo passagem a um transeunte distraído.
Tiro as chaves do bolso,
Abro a porta que faz um barulho que denuncia minha chegada.
Sento no sofá e me pego sonhado com o depois.
O que aconteceu depois que ela colocou o telefone no gancho?
E o que lhe vai à mente?
Será se foi exagero de minha parte?
Não!
O que ficou guardado no coração?
O que pensa ela de mim agora?
Fora o medo do erro em mim
Só há o sentir, o agir, o querer
E a vontade de estar com a musa de meus versos.
Hoje o orelhão da esquina foi à espada e o instrumento
Da velha e boa poesia.

Diogo Ramalho 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Ler poesia é mais útil para o cérebro que livros de autoajuda

Confiram a matéria:


http://radicaislivressa.blogspot.com.br/2013/03/ler-poesia-e-mais-util-para-o-cerebro.html

Certezas incertas




Algo fervilha na mente
Não sei bem o que é...
Se soubesse talvez fosse mais fácil resolver.
Ando sentindo polissemia em todos ao meu redor,
Cada palavra é uma interrogação que brota em meu ser incrédulo.
Oh, que não me agüento mais de tantas coisas a corroerem minha razão no momento em que mais preciso dela.
Como se fosse uma provação, um teste,
Odeio todos os tipos de provações, 
Talvez seja por isso que é tão difícil para eu pensar com clareza.
Mas aquele velho anjo de asas que outrora eram brancas e hoje são de um branco encardido chegou-se junto a mim e me fez revelações que um dia eu jurava serem mentiras ou meias verdades.
Vejo meus companheiros se aliando aos meus inimigos e pedindo minha cabeça.
A cada passo, um novo ser que me ataca, a cada esquina um novo amor que se converte em ódio.
Meus sentimentos andam voltando à calmaria,
Se aquietando e acostumando com as peripécias do amor.
E eu que me julgava incapaz de amar de novo me vejo apaixonado.
Vai entender essa porra!

Diogo Ramalho

Quebra do código


Casa,
Quem casa quer casa,
E por aí não para,
Sempre irá se querer mais.
Feito...
Seres imperfeitos,
Casamento cheio de defeitos
E a sina continua,
Amaldiçoar uma união que foi escolha sua.
Se o amor nuclear te cansa,
Deixe eu mudar esta dança.
Passa...
Passa lá em casa,
Ninguém precisa ver nada
E você pode ficar pro café.
Não...
Não se arrependa,
Agora que está satisfeita
Se culpa pelo doce delito
De trair o marido com quem não quer mais viver.


Diogo Ramalho

sexta-feira, 1 de março de 2013

Poema a um amigo morto II


Ouvi dizer que amizade é para sempre...
Besteira,
Besteira...
Quantos idiotas se perderam pelo caminho por burrice
E continuam a levantar essa bandeira?
Não confiar é não relacionar.
Simples é assim,
Como o transeunte ignora o mendigo,
Como o governo abate o oprimido.
Ao falar, floreio e rara demonstração de perspicácia,
Nada natural,
Apenas para ser visto pelos olhos alheios.
Sou o contraponto de sua poesia metrificada,
O palavrão que ouves quando passas de cabeça baixa.
O filho da discórdia que traz o fim de seu mestre alienado.
O poeta de cabelos desgrenhados que limpa os pés em cima de seu discurso,
Que insiste em citar subliminarmente dinheiro e dominação.
Ninguém é perfeito
E ter defeito é permitido,
Mas seu único erro é ter nascido e ainda não ter morrido.
Um bom fim não é necessário,
Que seu corpo seja violado e seus restos expostos,
Esse é minha homenagem para o grande amigo morto!
Forasteiro do altiplano,
Seguro seria voltar para seu canto
Antes que sejas queimado por seu senhor marionetista,
Ouvi dizer...
Nada dura para sempre...
E em breve a pena que trago em punho penetrará seu peito
E lá deixarei meus versos de ódio e vingança.


Diogo Ramalho